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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (11) o lançamento do aplicativo "SPTáxi", que poderá ser utilizado em caráter experimental por taxistas do município a partir de janeiro de 2018.
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O aplicativo será gratuito para taxistas, que terão a opção de oferecer descontos de até 40% sobre as corridas para os clientes. Ao não pagar taxas e poder oferecer descontos, a categoria ganhará uma vantagem na concorrência com aplicativos como Uber, Cabify e 99, que cobram porcentagens sobre as corridas efetuadas pelos motoristas.
Os descontos que os motoristas de táxi poderão oferecer deverão sair de suas receitas, não havendo qualquer subsídio por parte da administração municipal.
"Se houvesse subsídio da prefeitura, o motorista de táxi daria desconto de 100%", disse o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), em tom de brincadeira.
A Prefeitura de São Paulo não terá custos de desenvolvimento do aplicativo, pois importará a tecnologia de aplicativo que está em fase de testes no Rio de Janeiro. Em termos de gastos com adaptação e manutenção do SPTáxi, que ficará a cargo da Secretaria de Transportes e da Prodam (empresa de economia mista vinculada à prefeitura e dedicada à tecnologia), a gestão tucana crê em gastos inferiores a R$ 2 milhões anuais (valor despendido pela administração do Rio).
"O desenvolvimento será todo interno, feito pela Prodam; utilização da estrutura de servidores que a Prodam já possui, com o acréscimo de alguns servidores. Custo não vai ser elevado, não haverá contratação de empresa desenvolvedora. Deve ser menos [de R$ 2 milhões]. Tem que ver o quanto a Prodam vai mobilizar de sua estrutura", disse o secretário de Transportes, Sérgio Avelleda.
A prefeitura ressalta que a ideia do aplicativo não é atrapalhar os aplicativos existentes no mercado, mas ajudar os taxistas, classificados como "ícones da cidade". Atualmente, a prefeitura contabiliza quase 38 mil alvarás ativos de taxistas na cidade.
O gasto público no desenvolvimento de aplicativo destinado a uma categoria específica se justificaria, segundo a gestão Doria, no aumento de segurança para os passageiros (os carros farão parte de sistema de georreferenciamento), na previsibilidade no transporte (o cidadão saber de antemão quanto pagará pela corrida e qual trajeto que fará), no controle da qualidade do serviço prestado e na geração de uma massa de dados para a administração municipal.
"Não tem como o taxista sair perdendo com esse aplicativo. Ele só tem a ganhar", disse Doria, que se empolgou com a possibilidade de recompensar os motoristas mais bem avaliados com cursos de Inglês, que seriam oferecidos por empresas parceiras.
Nos próximos três meses a prefeitura abrirá consulta pública para receber sugestões de taxistas para a adaptação do aplicativo para o contexto paulistano; elaborará uma versão inicial do "SPTáxi" e passará a cadastrar motoristas interessados em participar da fase de testes em janeiro.
O cronograma é idêntico ao do Rio, que desde junho tem seu sistema funcionando em fase piloto. Segundo Crivella, o aplicativo já se encontra em sua sétima versão, com diversas melhorias.
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PRESSÃO
Após ter manifestado apoio aos aplicativos nos primeiros meses de sua gestão, tendo inclusive lançado licitação (vencida pela 99) para que os funcionários da prefeitura fossem transportados por carros vinculados a essas empresas, Doria passou a sofrer forte pressão dos taxistas e adotou medidas para agradá-los.
Em julho, estabeleceu novas regras para viagens de carros de aplicativos. Entre as medidas, publicadas no "Diário Oficial da Cidade", estão a obrigatoriedade de emplacamento dos carros na cidade de São Paulo, a realização de cursos e obtenção de certificados por parte dos motoristas, a identificação visual do carro como parceiro de algum dos aplicativos e a inspeção veicular anual.
Nesta quarta-feira (11), Avelleda negou que o aplicativo "SPTáxi" seja resposta à pressão.
"De forma alguma. A categoria tem conversado com a gente de maneira muito amistosa e estamos criando aqui uma alternativa para melhorar o táxi. É bom para todo mundo". Com informações da Folhapress.