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Comemorado nesta segunda-feira (16), o Dia Mundial da Alimentação foi criado para conscientizar as pessoas sobre questões relativas à nutrição e ao hábito de comer de forma saudável. Para contribuir com essa reflexão, o programa Hortifruti Saber & Saúde divulga dados de uma pesquisa inédita conduzida pelo instituto Datafolha sobre o comportamento dos brasileiros quanto ao consumo de frutas e hortaliças.
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É fato que esses alimentos são importantes componentes de uma dieta saudável, entretanto, segundo dados do levantamento, apenas quatro em cada dez pessoas no País comem frutas e hortaliças diariamente. Considerando a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que indica uma ingestão mínima de 400 gramas (ou cinco porções) por dia, verifica-se que apenas 40% da população pode estar de acordo com essa orientação. Uma vez que o consumo diário de muitas pessoas não chega ao recomendado, pode-se concluir que o brasileiro está comendo mal.
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Os achados do estudo Datafolha tornam-se ainda mais preocupantes quando analisados paralelamente aos divulgados pelo Ministério da Saúde, em abril deste ano, no âmbito da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Segundo a pesquisa, o excesso de peso no Brasil cresceu 26,3% nos últimos dez anos, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016.
O excesso de peso e de gordura no corpo desencadeia e piora problemas na saúde que poderiam ser evitados, a exemplo das doenças que afetam o coração. Segundo a Vigitel, o excesso de peso é mais comum entre homens: sete pontos percentuais mais frequente do que em mulheres. O levantamento mostra que a ingestão diária de frutas no gênero masculino é de 35%, contra 42% no feminino. Esse padrão se confirma também para verduras (42% e 48%, respectivamente) e para legumes (38% e 44%).
Além disso, o estudo do Ministério da Saúde indica que a obesidade é maior entre os que têm menor grau de escolaridade. Também nesse caso, dados do Datafolha sugerem uma associação: a ingestão cotidiana de frutas e hortaliças é menos frequente entre brasileiros com ensino fundamental e médio (37% e 35%, respectivamente), comparada à daqueles com ensino superior (50%).
A pesquisa Datafolha indica, ainda, os motivos por que esses alimentos são escolhidos pelo consumidor brasileiro. Surpreendentemente, o levantamento revela que o preço não é principal fator que leva à compra dos produtos, já que 31% dos entrevistados consideram, primeiramente, a preferência por determinada fruta, legume ou verdura. Em seguida, a sazonalidade (se é um vegetal da estação) foi mencionada por 17% das pessoas.
Empatados em terceiro lugar, com 14% cada, estão a aparência e o preço dos itens oferecidos. Dentre os sete aspectos apresentados na pesquisa, o modo de produção dos alimentos (convencional, orgânico, etc) foi o que menos demonstrou influenciar na decisão dos consumidores: apenas 4% manifestaram preocupação com essa questão.
Uma das conclusões possíveis dessa análise é que, entre pessoas com maior escolaridade, estão mais claros os benefícios do consumo de frutas e hortaliças, uma vez que a ingestão desses alimentos é maior entre pessoas com ensino superior. Os dados que confirmam essa afirmação estão associados ao fato de a sazonalidade ser o segundo fator mais relevante na decisão de compra desses alimentos, comportamento que está relacionado a um maior acesso à informação.
Esses dados sugerem, portanto, que o conhecimento é fundamental para que a população reconheça o valor desses alimentos para uma dieta saudável. É exatamente para tornar mais acessível a ciência que envolve a produção e o consumo de frutas e hortaliças que o programa Hortifruti Saber & Saúde foi idealizado.