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Acusado de se instalar na Chechênia para "seduzir as crianças" daquele país, o ativista russo Maxim Lapunov foi preso e torturado para delatar outros gays com os quais mantinha relações. Segundo informações do G1, esta declaração consta na denúncia formalizada pelo ativista há três semanas, ocasião em que ele recordou frases como "não deveria haver gente como você no mundo" ou "você sequer é um ser humano", gritadas pelos supostos torturadores chechenos.
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"Durante todo o tempo em que estive no porão, eles traziam novos detidos constantemente. Ouvi como eles eram agredidos. Pelas conversas, compreendi que todos eram suspeitos de serem homossexuais", afirmou Lapunov em seu relato. O ativista, que conta ter apanhado de cassetetes de borrachas em um porão cheio de sangue, acrescentou que descargas elétricas eram usadas em alguns casos para arrancar as confissões dos detidos.
Antes de ser colocado em liberdade, Maxim Lapunov contou ter sido obrigado a gravar um vídeo confessando ter mantido relações homossexuais, além de ter sido forçado a colocar suas impressões digitais em uma pistola. O ativista, vindo da cidade siberiana de Omsk, disse estar disponível para retornar a Grozni (capital da Chechênia) para identificar os supostos torturadores e localizar as prisões secretas onde os homossexuais teriam sido mantidos durante os últimos meses.
Igor Kochetkov, diretor da Rede LGBT da Rússia, afirmou à agência Efe que o principal argumento das autoridades para se recusarem a investigar as denúncias era a ausência de testemunhas. Ele alertou que as detenções e torturas continuam, destacando o desaparecimento do famoso cantor checheno Zelimkhan Bakayev desde o mês de agosto, detido na capital chechena por ser gay.