© Waldemir Barreto / Agência Senado
O senador Tasso Jereissati (CE), defendeu nesta quarta-feira (18) a renúncia definitiva de Aécio Neves à presidência do partido. Ao chegar ao Congresso, ele disse que o mineiro "não tem condições" de permanecer no posto.
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Questionado se era caso de renúncia de Aécio, Tasso respondeu de forma afirmativa. "Eu acho que sim porque agora ele não tem condições, dentro das circunstâncias em que está, de ficar como presidente do partido. Nós precisamos ter uma solução definitiva e não provisória".
Tasso, que ocupa interinamente a presidência do PSDB desde maio, quando Aécio se licenciou do cargo, já defendeu outras vezes a renúncia do senador mineiro. Mas o assunto foi adiado até dezembro, para quando está prevista convenção nacional.
O novo revés da Justiça, contudo, reacendeu o debate sobre o comando da sigla.
+ De volta ao Senado, Aécio ainda enfrentará desgaste político e jurídico
A fala do presidente interino do PSDB ocorre um dia depois de o Senado ter derrubado as medidas cautelares impostas a Aécio pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O tucano ficou afastado por quase um mês do mandato e estava impedido de deixar sua residência à noite. Com a sessão de terça (17) do plenário do Senado, as cautelares estão suspensas.
A expectativa é que Aécio reassuma o mandato já na tarde desta quarta.
Tasso disse ainda que não conversou com Aécio, mas que isso deve acontecer ainda hoje.
À reportagem, alguns tucanos disseram que esperam um gesto voluntário de Aécio, de abrir mão do cargo. Eles avaliam que o partido já se expôs muito na terça, ao votar em peso pela liberação de Aécio. E que, portanto, é hora de ele retribuir o "sacrifício" à bancada.
Os dez senadores do PSDB votaram nesse sentido, numa sessão com voto aberto. Apenas Ricardo Ferraço (ES) e o próprio senador mineiro não votaram.
Tasso disse ainda que a decisão tomada na terça pelo plenário do Senado foi "mal interpretada".
"A decisão da maioria foi mal interpretada. Ao meu entender, [a decisão] é de dar ao senador Aécio Neves o que ele não teve até agora, que é o direito de defesa", disse.
Ele disse ainda que Aécio terá de responder a um processo no Conselho de Ética do Senado e às investigações no STF. Com informações da Folhapress.