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O prefeito João Doria (PSDB) desistiu de incluir na merenda das escolas da rede municipal de São Paulo a farinata, um produto desenvolvido com alimentos perto da data de validade e que seriam descartados. O recuo ocorre após mal estar com a Secretaria de Educação, que não foi consultada antes do anúncio de Doria.
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O prefeito havia anunciado na quarta-feira (18) a adoção desse composto na alimentação escolar das crianças, potencializando as críticas que já havia recebido por causa de dúvidas sobre a qualidade da farinata.
Nota divulgada pela assessoria de imprensa da prefeitura indica que o foco da política será na área de assistência social.
"A eventual distribuição do composto alimentar do programa denominado Allimento para Todos, no formato de farinata, será de atribuição, principalmente, dos serviços municipais de assistência social", afirma a nota.
O produto, que serve de base para o granulado alimentar, havia virado polêmica nos últimos dias, quando Doria divulgou que o distribuiria para famílias de baixa renda da cidade. Na quarta-feira (18), durante coletiva de imprensa realizada para defender o produto, Doria afirmou que a Secretaria de Educação estava autorizada a inclui-lo na alimentação escolar. O produto já estaria disponível nas escolas, segundo o tucano, ainda neste mês.
Além da saia justa com a Secretaria de Educação, o recuo ocorre, segundo a Folha apurou, depois que a equipe do prefeito chegou ao consenso de que dificilmente a farinata seria aprovada pela Codae (Coordenadoria de Alimentação Escolar, ligada à pasta da Educação). Além disso, a ideia depõe contra a qualidade da merenda hoje servida para os cerca de 1 milhão de alunos.
Questionado nesta quinta-feira durante viagem à Goiânia, o prefeito apenas desconversou sobre um prazo. "Se precisar um pouco mais de tempo, nós não temos que ter pressa", disse ele, que se encontrou com o governador Marconi Perillo (PSDB) e participou de um fórum e ainda receberia o título de cidadão goiano. Doria se posiciona como pré-candidato à Presidência da República nas próximas eleições.
A Secretaria de Educação, por meio da Codae, é a responsável pela escolha dos alimentos da merenda, bem como pelo desenho do cardápio. A legislação do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) estipula ainda que qualquer introdução de novo alimento (com exceção de frutas e hortaliças) deve passar por teste de aceitabilidade pelos alunos, coordenado por nutricionista. Por meio desse programa federal, a prefeitura paulistana recebe recursos para a merenda. Com informações da Folhapress.