Pimentel e primeira-dama rechaçam conclusões da PF

"Nem tudo que reluz é ouro. A Acrônimo se tornou anacrônica, do ponto de vista das provas", diz advgado

© Verônica Manevy / Imprensa MG

Política repercussão 22/10/17 POR Estadao Conteudo

O advogado de Fernando Pimentel, Eugenio Pacelli, disse em nota que o governador de Minas Gerais "repele veementemente" a conclusão do relatório da Polícia Federal no âmbito da Operação Acrônimo. "Nem tudo que reluz é ouro. A Acrônimo se tornou anacrônica, do ponto de vista das provas", comentou Pacelli sobre as acusações de que o petista teria atuado para favorecer o Grupo Casino.

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Para a defesa de Carolina de Oliveira, mulher de Pimentel, o relatório "é mais uma tentativa de manter de pé uma investigação frágil e eivada de irregularidades, que se arrasta há mais de 2 anos e que jamais encontrou qualquer ligação ilícita entre os envolvidos".

"Refutamos veemente as conclusões da autoridade policial neste inquérito e reafirmamos nossa confiança na Justiça, que saberá examinar com a necessária isenção e, ao final, rejeitar as acusações, todas elas desprovidas de qualquer fundamento", comentou o advogado Thiago Bouza ao 'Estado de S. Paulo'.

Já o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho afirmou que todas as decisões tomadas por ele envolvendo a tentativa de fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar "estiveram dentro da mais absoluta legalidade e lisura" e que "nunca recebeu qualquer tipo de vantagem decorrente do referido processo nem tem conhecimento de que alguma outra pessoa o tenha feito".

De acordo com Coutinho, a cláusula contratual que exigia inexistência de litígio entre o Pão de Açúcar e o Grupo Casino "não foi inserida pelo então presidente do banco e sim determinada pelo comitê de enquadramento e crédito do BNDES". Segundo o ex-presidente, "trata-se de cláusula usual e prudente em negócios com potencial de litígio, o que naturalmente pode inviabilizar a transação". Além disso, ele alega que a contratação da MR Consultoria foi feita posteriormente à definição da cláusula.

Procurados pela reportagem, BNDES, Carrefour e Abílio Diniz não comentaram. O Grupo Pão de Açúcar (GPA) informou que o tema não envolve a empresa e direcionou o pedido de informações ao Grupo Casino. O Grupo Casino, por sua vez, disse que colaborou com as investigações durante todo o inquérito e se declarou "surpreso com suas conclusões equivocadas".

"A oferta hostil de fusão do Grupo Pão de Açúcar com o Carrefour foi à época amplamente rejeitada pelos acionistas, pela mídia e pela opinião pública", afirmou o Casino, acrescentando que continuará colaborando com a Justiça.

A assessoria do Casino comunicou ainda que Eduardo Leônidas, que era do grupo e hoje atua no GPA como diretor de Desenvolvimento e Estratégia, não chegou a ter conhecimento das conclusões da Polícia Federal.

O jornalista Mario Rosa diz que nunca foi encontrado nada comprometedor contra ele, apesar de 29 meses de investigações. Ele afirma que nunca esteve no BNDES, que estava fora do País no dia da decisão e "estava sendo sondado pelos dois lados em conflito".

"Tudo com mensagens eletrônicas que posso comprovar datas, pessoas e locais. Só assinei o contrato bem depois da decisão", diz. Rosa afirma ainda que seus honorários foram rigorosamente registrados e tributados.

O executivo Ulisses Kameyama já se desligou da Casino e não foi localizado.

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