Cabral discute com juiz em interrogatório e chora: 'Sou injustiçado'

Ex-governador do Rio e sua mulher, Adriana Ancelmo, prestaram depoimento nesta segunda-feira (23), na 7ª Vara da Justiça Federal

© Antonio Cruz / Agência Brasil

Política Clima 23/10/17 POR Notícias Ao Minuto

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, ouviu nesta segunda-feira (23) o ex-governador Sérgio Cabral e a mulher, Adriana Ancelmo, sobre como se dava a lavagem de dinheiro praticada pelo casal, por meio da compra de joias.

PUB

O interrogatório começou "quente", depois que Cabral acusou o Ministério Público Federal (MPF) de fazer teatro, e Bretas de se referir a ele com "desdém". O ex-governador, conforme o portal G1, também disse estar sendo injustiçado.

"Eu estou sendo injustiçado. O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal, e me fazendo um calvário, claramente".

O magistrado não gostou das declarações e rebateu: "Aqui não há desdém". O interrogatório chegou a ser suspenso por cinco minutos.

Também hoje, o doleiro Carlos Miranda e o operador financeiro Luiz Carlos Bezerra, que segundo as investigações do MPF atuavam para o esquema montado pelo ex-governador, prestam depoimento. O magistrado quer saber deles se Cabral comandava quadrilha que desviava dinheiro público.

+ Dilma traiu seu eleitorado, diz Lula a jornal espanhol

Em sua fala, o ex-governador afirmou que comprava joias com dinheiro de caixa dois, e não de propina, além de se defender da acusação de que seria chefe de organização criminosa. "Comprei joias com fruto de caixa dois, não foi de propina. Meu governo não foi organização criminosa, mudou a vida de milhões de brasileiros que moram no Rio. Não me sinto chefe de organização criminosa nenhuma", ressaltou Cabral.

Ele também voltou a afirmar que não recebeu 5% dos valores de grandes obras e chegou a chorar ao comentar sobre as mudanças no financiamento de campanhas. “Por mais que tenha me exasperado com o senhor (Marcelo Bretas) aqui, por mais que ache injustiça o que o MP faz, que fique indignado com as matérias que saem nos jornais, prefiro muito mais ser acusado num sistema democrático, ser massacrado, do que um sistema autoritário”, disse Cabral, emocionado.

Adriana Ancelmo ficou calada durante todo o interrogatório.

Condenações

Na última semana, Cabral foi condenado pela terceira vez na Operação Lava Jato, a 13 anos de reclusão, em regime fechado, pelo crime de lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Mascate.

Já em setembro, o ex-governador foi condenado a 45 anos e dois meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Cabral e mais 11 pessoas, incluindo Adriana Ancelmo, foram condenados na sentença final da Operação Calicute.

A ex-primeira-dama pegou 18 anos e três meses de reclusão por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

Em junho, Cabral foi alvo do juiz Sérgio Moro, dentro da Operação Lava Jato, e recebeu a sentença de 14 anos e 2 meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Emergência Médica Há 7 Horas

Atriz Lisandra Silva é hospitalizada após uso de Ozempic

mundo Eleições Há 7 Horas

EUA: Centro de referência em projeções vê vitória de Kamala

fama Luto Há 8 Horas

Fãs e familiares se despedem de Agnaldo Rayol em velório na Alesp

fama Política Há 12 Horas

Jojo Todynho se revolta com boicote por ser de direita: 'Sou o que quiser'

mundo Estados Unidos Há 14 Horas

Kamala e Trump travam o que pode ser o embate mais acirrado da história dos EUA

politica Justiça Há 13 Horas

Moraes manda Fátima de Tubarão cumprir pena por atos de 8 de janeiro

fama Estados Unidos Há 14 Horas

Rihanna encoraja americanos a irem às urnas: 'Votem, porque eu não posso'

fama Luto Há 23 Horas

Agnaldo Rayol construiu legado entre a música, a televisão e o cinema

esporte Futebol Há 12 Horas

Flamengo: Bruno Henrique é investigado por suposto esquema de apostas

tech Rede social Há 14 Horas

O X lança uma das suas alterações mais controversas