Funcionários de hospital protestam: 'falta até sabão para lavar a mão'

Profissionais também estão com salários atrasados

© Reprodução/TV Globo

Brasil Rio de Janeiro 23/10/17 POR Notícias Ao Minuto

Enfermeiros e técnicos de enfermagem do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, no Rio, protestaram na manhã desta segunda-feira (23) por melhores condições de trabalho e o pagamento de salários atrasados.

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Entre as reclamações do grupo, está a falta de materiais como luvas e esparadrapos, além de medicamentos básicos, como dipirona. Segundo os profissionais informaram ao "Extra", o atendimento à população acaba sendo prejudicado.

O vereador Paulo Pinheiro (PSOL), que é membro da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio, visitou a unidade na manhã de hoje e informou que faltam 30 itens do almoxarifado e 40 medicamentos.

"Na maternidade, não temos nem sabonete para lavar as mãos, que são a maior forma de transmissão de infecção de doença", revelou a enfermeira Thalita Gomes Teixeira, de 28 anos.

Com a falta de descarpack -recipiente usado para o descarte de lixo hospitalar-, os profissionais improvisam com galões ou jogam o lixo na lixeira comum. "A gente vive correndo risco biológico por conta disso", contou a técnica de enfermagem Milena de Abreu, de 34 anos.

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Na vistoria, a Comissão se surpreendeu com a situação do armazenamento de cadáveres. Das 24 gavetas existentes no hospital, apenas nove funcionam e não estavam na temperatura adequada.

De acordo com a deputada estadual enfermeira Rejane (PCdoB), que acompanhou a visita à unidade, três cadáveres estavam em macas, fora das geladeiras, sendo que um deles estava ali há dois dias, causando um cheiro "insuportável".

"É uma coisa horrorosa. Eles dizem que (os cadáveres que estão do lado de fora) são todos de hoje, mas a etiqueta estava informando que um cadáver era do dia 21, outro do dia 22 e outro do dia 23. O cheiro estava insuportável. Abrimos as gavetas para sentir a temperatura e percebemos que não estavam frias", denunciou a deputada.

Para completar, cerca de 40% do salário referente a setembro foi depositado para parte dos profissionais só na última sexta-feira (20). Benefícios como o vale-transporte ainda estão pendentes de pagamento.

Em nota enviada ao "Extra", a Secretaria municipal de Saúde informou que segue o calendário de repasses estabelecido pela Secretaria municipal de Fazenda e “trabalha para regularizar contratos, equipes e os abastecimentos das unidades”. “Sobre a questão dos repasses, a Secretaria Municipal de Saúde informa que, com a liberação de recursos pela Secretaria Municipal de Fazenda, na última quinta-feira, a organização social IABAS, gestora do Hospital Rocha Faria, recebeu pelo contrato do complexo hospitalar repasse de R$ 5.079.813,79”, completou.

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