© Reuters  / Bruno Kelly
Dezenas de milhões de brasileiros saíram da pobreza entre 2004 e 2014. O país foi reconhecido ao redor do mundo como um exemplo no combate à desigualdade social. Os programas sociais que colocaram dinheiro no bolso dos mais pobres foram apoiados pelos altos preços das matérias-primas e os recém-descobertos recursos do petróleo.
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No entanto, como destaca a reportagem do UOL, essa tendência se inverteu nos últimos dois anos devido à recessão mais dura da história do Brasil e dos cortes nos programas sociais. O país acabou perdendo destaque e a atuação em combater as desigualdades. A realidade atual fez com que muitas pessoas que tinham saído da pobreza, inclusive as que haviam entrado na classe média, tenham retrocedido, conforme explica Monica de Bolle, do Instituto Peterson para Economia Internacional.
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Segundo estima o Banco Mundial, cerca de 28,6 milhões de brasileiros saíram da pobreza entre 2004 e 2014. Já em 2016, entre 2,5 milhões e 3,6 milhões de pessoas voltaram a viver abaixo do nível de pobreza, isto é, com menos de R$ 140 por mês.
De Bolle destaca que esses números provavelmente estão subestimados e não refletem o fato de que muitos brasileiros de classe média baixa que ascenderam durante os anos prósperos perderam poder aquisitivo e estão novamente perto da pobreza.
Os economistas avaliam que o alto índice de desemprego e os cortes em programas sociais poderão agravar os problemas. Como refere a reportagem, as pressões para equilibrar as contas públicas e as políticas conservadoras do presidente Michel Temer também fazem com que haja cortes nos programas sociais, o Bolsa Família é um deles. O programa foi um dos grandes responsáveis pela redução da pobreza durante a década de explosão econômica.