© Reprodução/Rede Amazônica Acre
A estudante de pedagogia Kethyla Taiane Shawanava, de 18 anos, que recebeu uma carta com ofensas racistas na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Cruzeiro do Sul, revelou que ficou "muito abalada", mas que em nenhum momento pensou em desistir.
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A carta deixada no material da estudante de ascendência indígena, na última quarta-feira (18), dizia que ela é de uma "raça nojenta".
“Não sei quem teve a brilhante ideia de misturar pessoas normais com índios. Porque raça nojenta é essa. Observamos que os professores todos gostam de você, deve ser por ter pena. (…) Tira a tua máscara garota. Deixa de ser essa caboca [sic] nojenta e imunda que tu é”, consta num trecho da carta.
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Ao "G1", Kethyla disse que não vai desistir do sonho de se graduar. “Eu fiquei muito abalada com o que estava escrito, mas em nenhum momento pensei em desistir. Na carta diz que eu não vou conseguir, mas não tenho medo de cair, tenho quem me ajude a levantar sempre e sempre", falou.
Segundo a estudante, a carta estava embaixo do caderno dela quando ela voltou do intervalo. "Quando eu peguei no caderno para colocar na próxima matéria a carta estava lá. Quando eu li, fiquei abatida, chorei, fiquei indignada, mas já fui pra perto das minhas amigas e fomos na coordenação", contou.
Hoje eu choro, mas não é mais com as palavras, choro por pensar que ainda existem pessoas assim no mundo, com pouca empatia pela vida do próximo e sem respeito. É triste."
Como o caso ocorreu em um ambiente federal, ele está sendo investigado pela Polícia Federal do Acre. De acordo com o site, até esta terça-feira (24), nenhum suspeito havia sido identificado.