© Ueslei Marcelino/Reuters
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nessa terça-feira (24) que o governo começará a articular ainda nesta semana para votar a reforma da Previdência, depois de encerrada a tramitação da denúncia criminal contra ele, o ministro Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e o presidente Michel Temer. A partir das 9 horas desta quarta, o plenário deve começar a analisar a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra a cúpula do Planalto.
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"Queremos ter essa condição (de votar até o fim do ano), mas claro que a vontade do governo depende, a partir de agora, da disposição da Mesa da Câmara, do presidente Rodrigo Maia, que vai conduzir esse processo. Mas temos certeza que ele tem a mesma vontade do presidente Michel Temer, de fazer a reforma que o Brasil precisa. Essa reforma não interessa ao governo do presidente Michel Temer. Nós já temos o ano de 2018 com relativa tranquilidade para podermos navegar até 31 de dezembro de 2018. Agora, o Brasil não pode entrar em 2019 sem a reforma da Previdência."
Questionado sobre uma redução nos pontos da reforma para facilitar a tramitação, enxugando o relatório, por exemplo, para a uma idade mínima de aposentadoria, Padilha disse que a discussão caberá ao Parlamento e que o governo tem que promover a reforma possível. "Tem que ser fazer a reforma ideal. A ideal não sendo possível, tem que ser fazer a possível. O Parlamento é que vai dizer qual a reforma possível, e o ponto de partida é o relatório do deputado Arthur Maia."
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Padilha afirmou que começou a monitorar os votos da denúncia há 15 dias e que tem razoável garantia de atingir entre 260 e 270 votos contra a denúncia. "Não haverá infiéis", afirmou. Ele minimizou a divisão no PSDB e defendeu a permanência do ministro tucano Antonio Imbassahy (Governo) no Planalto. Parte da base governista entende que o placar servirá como espelho do apoio a Temer no Congresso. O resultado seria insuficiente para aprovar as alterações na Previdência, por exemplo.
Para Padilha, porém, a influência do resultado nesta quarta-feira nos demais projetos do governo é relativa. O ministro da Casa Civil entende que muitos deputados não votam contra a denúncia, mas apoiam a reforma da Previdência e que eles decidem com características diferentes dependendo da matéria. "Deveremos ter bancadas divididas agora, mas que depois votarão na plenitude ou semi-plenitude nas reformas", disse Padilha.
O líder do PSD, Marcos Montes (MG), disse que a reforma da Previdência corre o risco de fracassar se o governo insistir na pauta após a votação da segunda denúncia. "É uma página importante para o País, mas vai ter que ser reanalisada e recolocada para dar conforto aos parlamentares para votar. Se for votada o sucesso dela está fadado a não acontecer", afirmou Montes.
Nos cálculos dele, o PSD, que faz parte da base de Temer e tem filiados nos ministérios da Fazenda (Henrique Meirelles) e da Ciência e Tecnologia (Gilberto Kassab), deve ter 18 votos contra os interesses do presidente. Com informações do Estadão Conteúdo.