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Com sessões a partir desta quarta-feira (25) na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme 'Vazante', um dos mais polêmicos da atual safra nacional, fala sobre escravidão, “a falha trágica brasileira”.
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A definição é de Daniela Thomas, diretora do longa. A obra retrata a vida de um viúvo português, senhor de terras no Brasil, que deixa a filha sob o cuidado dos escravos enquanto parte em suas expedições comerciais.
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“Foram quase 400 anos dessa aberração humana, desse genocídio, que é a base da nossa história, que nos constitui fundamentalmente. E também nos constitui o poder quase sempre incontestável do homem branco sobre seus escravos, sobre suas mulheres, quando não as escravas – de quem se serviam a seu bel prazer – às esposas meninas, dadas a homens muito mais velhos em casamento. Houve uma falência geral desse estranho pacto social que se fez aqui no Brasil Colonial", comentou a diretora em entrevista a Rodrigo Fonseca, do site Omelete.
Segundo Daniela Thomas, é dessa pequena lista de temas que "Vazante" quis tratar: uma fração da complexidade que ainda resiste à compreensão e que ainda hoje atinge frontalmente a muitos brasileiros. "Temas explosivos, carne viva”, acrescentou a cineasta.
A produção brasileira foi reverenciada no Festival de Berlim e na revista Variety, que destacaram a sua "luz" e “imagens belíssimas”, respectivamente. Em 9 de novembro o primeiro longa solo da diretora, que foi parceria de Walter Carvalho em “Linha de Passe” e “Terra Estrangeira”, deve estrear em todo o país.