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Os jogadores da Lazio fizeram aquecimento antes da partida contra o Bologna, nesta quarta (25), usando camisetas com a imagem de Anne Frank e a inscrição "Não ao antissemitismo".
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Foi uma resposta aos torcedores da própria equipe que, no último domingo (22), no jogo diante do Cagliari, espalharam panfletos e adesivos como foto-montagem da adolescente judia com a camisa da Roma e a frase "Anne Frank torce para a Roma".
Passagens do diário dela foram lidos antes das partidas desta terça e quarta (25) em toda a rodada das três principais divisões do país, por decisão da Federação Italiana de Futebol.
Alemã de origem judia, Anne Frank se escondeu com a família dos nazistas até ser capturada e levada para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde morreu em 1945, aos 15 anos. Seu diário, ao ser publicado, se tornou um best seller.
Os panfletos foram produzidos pelos ultras, a facção mais violenta da torcida organizada, e espalhados pela curva sul do Estádio Olímpico de Roma, que deveria estar fechada após punição sofrida pelo clube. Mas a direção da Lazio abriu o setor para a partida contra o Cagliari e vendeu ingressos por um euro (cerca de R$ 4,5) para, ironicamente, combater o racismo.
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Os ultras da equipe da capital são identificados com a extrema-direita e a Lazio é a equipe que mais recebeu punições no futebol do país por casos de racismo e xenofobia. O treinador Simone Inzaghi condenou o ato protagonizado, segundo ele, por "algumas maçãs podres".
O caso repercutiu negativamente no mundo político.
"Anne Frank não representa uma pessoa ou um grupo étnico. Nós todos somos Anne Frank quando estamos diante do impensável", disse o ministro do Exterior da Itália, Angelino Alfano.
"O que aconteceu é inconcebível, inacreditável e não pode ser diminuído", criticou o primeiro ministro do país, Paolo Gentiloni.
A torcida da Lazio que fica na curva sul durante os jogos no estádio Olímpico tem um histórico de racismo. Em 1998, exibiram faixa com as frases: "Auschwitz, a sua pátria. Os fornos, a sua casa", lembrando o mais famoso campo de concentração usado pelos nazistas e os fornos onde os prisioneiros eram cremados.
Um dos maiores ídolos da história da Lazio, o ex-atacante Paolo Di Canio, é declaradamente fascista. Com informações da Folhapress.