Febre amarela: SP quer vacinar 2,2 milhões de moradores da zona norte

Os postos vão funcionar com horário ampliado, de 7 horas às 19 horas, a partir da próxima semana

© Reuters

Brasil prefeitura 27/10/17 POR Estadao Conteudo

Em até dois meses, a Prefeitura de São Paulo prevê vacinar contra a febre amarela 95% da população da zona norte da capital, estimada em 2,4 milhões de pessoas. Para atingir a meta, a gestão municipal anunciou nesta sexta-feira, 27, que vai ampliar a campanha de imunização para todas as 91 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da região em até 30 dias. Atualmente, 37 UBSs estão fazendo a vacinação de moradores da zona norte.

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Os postos vão funcionar com horário ampliado, de 7 horas às 19 horas, a partir da próxima semana. Até agora, o horário de funcionamento tem sido de 8 horas às 17 horas. Aos sábados, funcionará das 8 horas às 17 horas e, aos domingos, das 8 horas às 14 horas.

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Na capital, já foram aplicadas 147 mil doses da vacina nas regiões do entorno do Horto Florestal, do Parque Anhanguera e do Cantareira desde o dia 20 de outubro. Por dia, cerca de 60 mil doses estão sendo aplicadas, de acordo com a administração municipal. O Ministério da Saúde vai enviar ao Estado mais um milhão de doses.

O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, afirmou nesta sexta que na terceira etapa da campanha o objetivo é imunizar pelo menos 95% dos 2,4 milhões de habitantes da região norte da cidade - ou seja, 2,2milhões de pessoas.

Pollara afirma que a procura dos paulistanos pela vacinação aumentou nesta semana e volta a reforçar que "não há necessidade de que toda a população se vacine". Segundo o secretário, durante a campanha de vacinação contra o vírus no Rio de Janeiro, o governo federal "perdeu" R$ 2 milhões por pessoas de fora das áreas de risco que foram se vacinar sem necessidade.

A coordenadora do programa municipal de imunização da capital, Maria Ligia Nerger, diz que moradores do centro de São Paulo "não têm como entrar em contato com o vírus", já que o vírus está sendo transmitido na sua forma silvestre - nas matas - e não urbana.

Nos últimos dez anos, 10% da população paulistana já tinha recebido pelo menos uma dose da vacina. Até agosto deste ano, 300 mil pessoas foram vacinadas contra o vírus da febre amarela. A quantidade de doses ministradas é quatro vezes superior ao de todo o ano passado na capital: em 2016, foram aplicadas 70 mil doses.

Para Maria Ligia, o aumento tem relação com a proximidade dos casos de transmissão do vírus em macacos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Nos estados da região Sudeste, no auge da transmissão do vírus Haemagogus, foi registrada a morte de macacos pela população. A Prefeitura já se articula para evitar o mesmo comportamento na cidade.

"A Prefeitura está em alerta porque existe a possibilidade de que a população comece a se juntar para matar ou usar como desculpa para caçar", diz a diretora da Divisão de Fauna Silvestre da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, Juliana Summa. Segundo ela, por enquanto chegaram à pasta boatos de que macacos estariam sendo mortos na região de mata da zona sul da capital e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi acionada para atuar.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, 16 carcaças de macaco foram levadas para análise desde o dia 9 de outubro, data de confirmação da morte de um Bugio, no Horto, pela transmissão do vírus Haemagogus. Um segundo animal foi encontrado morto no Parque do Anhanguera. Dois exames identificaram a presença do vírus. A Prefeitura aguarda o resultado do terceiro e último exame.

Há 15 parques fechados em São Paulo para prevenir contra o avanço do vírus. Os parques em que foi determinado fechamento ou restrição de acesso a partir de hoje ficam na zona norte. Na lista, estão unidades como o Lions Tucuruvi e o São Domingos. Os parques Anhanguera e os lineares Canivete e Córrego do Bispo, no extremo norte, já haviam recebido a mesma orientação na terça. Já o Horto Florestal e o Parque da Cantareira, estaduais, estão fechados desde a semana passada.

Aedes. A Prefeitura tem usado nebulização - fumacê - e visitas a imóveis na zona norte como estratégia de combate ao Aedes aegypti na região do Horto Florestal e do Parque do Anhanguera, na zona norte. A medida é de prevenção contra a febre amarela.

A pasta informou que equipes das Supervisões de Vigilância em Saúde (Suvis) atuaram em imóveis às margens das áreas de mata dos parques e que a nebulização atingiu 3,7 imóveis em uma área em que vivem 9.361 pessoas. O Aedes também é capaz de transmitir zika, chikungunya e dengue.

Transmissão

A febre amarela é transmitida pela picada de mosquitos portadores do vírus de febre amarela. Em regiões de campo e floresta, o principal mosquito transmissor é o Haemagogus. O vírus também pode ser transmitido pelo Aedes aegypti, na forma urbana da doença. Casos de transmissão urbana, no entanto, não são registrados no País desde 1942.

Macacos

Primatas podem se contaminar com o vírus, exercendo também o papel de hospedeiros. Se picados, os animais transmitem o vírus para o mosquito, aumentando, assim, as chances de propagação da doença.

Sintomas

A febre amarela é classificada como uma doença infecciosa grave. Ela provoca calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Os primeiros sintomas aparecem de 3 a 6 dias depois da infecção.

Risco

Para maior parte dos pacientes, os sintomas vão perdendo a intensidade a partir do 3º ou 4º dia da infecção. Em alguns casos, no entanto, a doença entra em sua fase considerada tóxica.

Gravidade

Cerca de 10% dos pacientes desenvolvem a forma grave da doença. Ela geralmente ocorre depois de um período breve de melhora dos primeiros sintomas da doença. A febre reaparece, há hemorragias, insuficiência hepática, insuficiência renal. Um dos sintomas é a coloração amarelada da pele e do branco dos olhos. Também não é incomum pacientes apresentarem vômito com sangue, um sintoma da hemorragia.

Tratamento

Não há um tratamento específico para febre amarela. A medida mais eficaz é a vacinação, para evitar a contaminação da doença.

Vacina

A vacinação é recomendada para pessoas de áreas de risco em 19 Estados. De forma temporária, a recomendação foi estendida a cidades do Rio, Espírito Santo, São Paulo e Bahia. Na capital paulista, a dose está sendo recomendada para quem vive ou frequenta a zona norte. A prioridade imediata é para quem vive na região do Horto.

SERVIÇO

Veja as UBSs que estão vacinando contra a febre amarela (de 8h às 18h)

UBS/AMA Jardim Peri - Av. Peri Rochetti, 914 - Jd. Peri

UBS Horto Florestal - R. Luis Carlos Gentile de Laet, 603, esquina com rua. do Horto, 603 - Horto Florestal

UBS Dona Mariquinha Sciascia - R. Dr. José Vicente, 39 - Tremembé

UBS Vila Dionísia - R. Chen Ferraz Falcão, 50, Vila Dionísia

UBS Lauzane Pauklista - R. Valorbe, 80

UBS Vila Aurora - R. Jean Buff, 126

UBS Conjunto Ipesp - Av. Profª. Virgilia Rodrigues Alves de Carvalho Pinto, 555

UBS Wamberto Dias Costa - R. Paulo César, 60

UBS Jardim Rosinha - R. Dalva de Oliveira, 82 - Morro Doce

UBS Morada do Sol - R. Assis Brasil, 31, esquina com Pça. Luiz Vaz de Camões - Sol Nascente

UBS Morro Doce - R. Alberto Calix, 55 - Jd. Canaã

AMA/UBS Parque Anhanguera - R. Pierre Renoir, 100 - Via Anhanguera Km 24,5 - Jd. Britânia

UBS/PSF Alpes do Jaraguá - Alameda das Limeiras, 46

AMA/UBS Integrada City Jaraguá - Estrada de Taipas, 1648

AMA/UBS Integrada Elísio Teixeira Leite - R. João Amado Coutinho, 400

UBS/PSF Jardim Panamericano - R. Barra da Forquilha, 38 F

UBS/PSF Jardim Rincão - R. Arroio da Palma, 67

UBS/PSF União das Vilas de Taipas - Av. Elísio Teixeira Leite, 7.703

UBS Recanto dos Humildes - Av. Pavão, 36A

UBS Vila Caiuba - R. Presidente Vargas, s/n

UBS Ilza Weltman Huztler - Rua Cel. Walfrido Carvalho s/nº

UBS Vila Espanhola - Av. João Santos Abreu ,650

UBS Vila Dionísia II - Rua 07 de Setembro,73

UBS Jardim Guarani - Rua Santana do Araçuai, 160

UBS Jardim Vista Alegre - Rua Ibiraiaras, 21

UBS Silmarya R.M. Souza - Rua Euvaldo Augusto Freire, 20

UBS Jardim Paulistano - Rua encruzilhada do Sul, 220

UBS Anhenguera I - Estrada Turística do Jaraguá, 3.680

UBS/AMA Jardim Ipanema - Rua Pedro Ravara, 11A

UBS Jardim Apuanã - R Hum, 19

UBS Jardim Fontalis - R. Antonio Picarollo, 41

UBS/ESF Jardim das Pedras - R. Clóvis Salgado, 220

UBS Jardim Flor de Maio - Av. Nova Paulista, 561

UBS Jardim Joamar - R. Adalto Bezerra Delgado, 230

UBS Dr. Osvaldo Marçal - R. Antonio Joaqui de Oliveira, 220

UBS Vila Nova Galvão - R. Alpheu Luiz Gasparinni, 116

AMA/UBS Integrada de Perus - Praça Vigário João Gonçalves de Lima, 239. Com informações do Estadão Conteúdo.

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