© Marcos Santos/USP Imagens
O Brasil caiu da 123ª para a 125ª posição no ranking do Banco Mundial sobre ambiente de negócios em 190 países do mundo, apesar de ter registrado um pequeno avanço na sua performance. A queda relativa foi consequência de progressos ainda maiores em outras 146 nações.
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Todos os sócios do Brasil no Mercosul e todos os seus parceiros no Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão à frente na classificação do Doing Business, o relatório anual que mede o impacto de regulações e da burocracia no funcionamento das empresas.
Entre os itens avaliados estão o número de dias gastos na abertura de firmas, no pagamento de impostos, na obtenção de permissões de construção, na conexão com a rede elétrica e no registro de uma propriedade. Também são avaliados comércio exterior, acesso a crédito, solução de falências e concordatas e implementação de contratos.
O excesso de burocracia e a lentidão na aprovação de reformas microeconômicas fazem com que o Brasil tenha uma posição historicamente baixa no ranking, atrás de países como Albânia, Botswana, Marrocos, Nepal e Namíbia.
Representante do Brasil no Banco Mundial, o economista Otaviano Canuto disse que o sistema federativo e o "capitalismo de compadrio" contribuem para a má avaliação. "Criam dificuldades para colher facilidades", afirmou em entrevista a jornalistas brasileiros em Washington.
Segundo ele, o comércio exterior foi a principal área que levou à melhoria na "nota" do país, de 56,07 para 56,45. A alta de 0,38 ficou abaixo do avanço médio de 0,76 de todos os avaliados no ranking.
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Canuto afirmou que algumas das mudanças de aperfeiçoamento no ambiente de negócios ainda não se refletiram no ranking, por terem sido adotadas quase no fim do período de pesquisa. Entre elas, o economista mencionou a redução no número de dias abertura de empresas nas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro e a simplificação na obtenção de licenças para construção no Rio de Janeiro.
Além disso, ele ressaltou que o impacto de reformas macroeconômicas não é captado pelo estudo, que se foca no dia a dia das empresas. Segundo ele, nem mesmo a reforma trabalhista influencia o ranking. "O Doing Business captura apenas um pedaço do clima de investimentos mais amplo. A estabilidade macroeconômica também é importante e está fora do levantamento". Com informações do Estadão Conteúdo.