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Criador dos personagens de história em quadrinhos mais queridos do Brasil, Maurício de Sousa, a mente por trás da "Turma da Mônica", revelou um dos ingredientes da receita de tantos anos de sucesso no universo dos gibis: evitar assuntos polêmicos e politicamente incorretos. A declaração foi dada em entrevista a Pedro Martins, do Omelete, do portal Uol.
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"Não que eu adore o sistema de vigilância que existe atualmente, mas os costumes mudam, e os personagens têm que acompanhá-los. No entanto, não devemos levantar bandeiras. Temos que pegar a bandeira que está passando", explicou o criador.
Apontado na entrevista como o "Walt Disney do Brasil", o também produtor, de 82 anos, confessou sofrer pressão para tratar de assuntos mais delicados através dos seus personagens.
"Me cobram muito: onde estão os personagens gays? Eu respondo: estão esperando o momento em que serão vistos com naturalidade pela sociedade. Eu não quero me adiantar, mas também não quero perder o bonde", afirmou Maurício de Sousa.
Hoje afastado dos desenhos, o ilustrador responsável pela criação de cerca de 400 personagens e por 1 bilhão de gibis vendidos destacou que o seu percurso sempre foi pautado pelo respeito aos leitores. Por acreditar que os personagens têm que ser "de hoje" e "de agora", ele insiste que a equipe seja composta de gente jovem, informada e curiosa.
"Eles precisam estar sempre atentos ao que está acontecendo ao redor e inserir os personagens no mundo de hoje. Apesar de que, obviamente, se você pegar uma revista da Mônica de 40 anos atrás, vai entendê-la perfeitamente. A essência permanece a mesma", concluiu na entrevista.