País do autor do ataque, Uzbequistão vê ascensão de islamismo radical

Presidente do país prometeu "usar todas as suas forças e recursos para ajudar na investigação sobre este ato terrorista"

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Mundo Desde 1990 01/11/17 POR Folhapress

País de origem do autor do ataque de Nova York, o Uzbequistão viu surgir, a partir da década de 1990, um movimento islâmico radical que se espalha atualmente, com cidadãos envolvidos em atentados em várias partes do mundo.

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+ FBI investiga rede de contatos de acusado de atentado em Nova York

O presidente do país, Chavkat Mirzioyev, prometeu nesta quarta-feira (1º) "usar todas as suas forças e recursos para ajudar na investigação sobre este ato terrorista".

Ex-república soviética, laica e de maioria muçulmana, o Uzbequistão foi dirigido com mão de ferro pelo ditador Islam Karimov de 1989 até sua morte, em setembro de 2016. Mirzioyev, seu ex-primeiro-ministro, assumiu as rédeas defendendo a ruptura com o autoritarismo do antecessor.

O islamismo radical no país surgiu em 1991, ano da independência. De 1992 a 1997, o Movimento Islâmico do Uzbequistão (MIU) foi acusado de arquitetar uma série de assassinatos no vale de Ferghana, no leste do território. A organização tentou introduzir a lei islâmica ali e chegou a lançar uma ofensiva em 2000 no sul do Uzbequistão.

Severamente reprimido a partir de 1998 por Karimov, o MIU se juntou ao Taleban no Afeganistão, antes de jurar lealdade ao Estado Islâmico em 2015. Vários líderes do MIU também ocuparam altos cargos na Al Qaeda.

O Movimento Islâmico do Uzbequistão participou do ataque sangrento no aeroporto paquistanês de Karachi, que matou 37 pessoas em junho de 2014.

Como nos demais países da Ásia central (Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Cazaquistão), as sombrias perspectivas econômicas e a corrupção levaram muitos jovens uzbeques ao exílio, principalmente na Rússia.

Entre eles, alguns tentaram se juntar a grupos radicais. Segundo os serviços de segurança russos, entre 2.000 e 4.000 cidadãos da Ásia central se uniram às fileiras das organizações extremistas (tanto do EI quanto da Al Qaeda) no Iraque e na Síria.

E os cidadãos uzbeques, ou aqueles de origem uzbeque que vivem em países vizinhos, formam um dos maiores contingentes de cooptados. O governo do Uzbequistão nunca publicou números, mas as estimativas de especialistas variam de 500 a mais de 1.500 cidadãos convertidos à jihad.

Muitos deles se fizeram conhecer nos últimos anos. Abdulkadir Masharipov, o suposto autor do ataque reivindicado pelo EI contra uma boate em Istambul, que matou 39 pessoas na véspera do Ano Novo de 2016, é de nacionalidade uzbeque.

Apesar de ter nascido no Quirguistão e de possuir nacionalidade russa, Akbarjon Dkhalilov, suposto autor do atentado no metrô de São Petersburgo que matou 14 pessoas em abril, era etnicamente uzbeque.

Poucos dias após esse ataque, um uzbeque que havia manifestado simpatia pelo EI foi preso pela polícia sueca depois de jogar um caminhão contra uma multidão em uma movimentada rua de pedestres em Estocolmo. Cinco pessoas morreram. Com informações da Folhapress.

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