Pezão reconhece que há corrupção na PM, mas cobra provas de ministro

Jardim não foi o primeiro ministro a falar publicamente sobre a relação entre o crime e o poder público

© Valter Campanato / Agência Brasil

Brasil Segurança 02/11/17 POR Folhapress

Após reagirem com veemência às declarações do ministro da Justiça, Torquato Jardim, sobre corrupção policial e conivência das autoridades públicas com o crime no Rio, políticos fluminenses baixaram o tom de suas críticas nesta quinta-feira (2).

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Tanto o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) quanto o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disseram que não acreditam que o ministro estivesse mentindo, mas cobraram dele provas que corroborem as acusações que fez.

Em entrevista ao blogueiro do UOL Josias de Souza, Jardim disse que o sistema de segurança pública do Rio não é controlado por suas autoridades, mas sim por um acordo entre deputados estaduais e o crime organizado, e que comandantes da polícia "são sócios" do crime.Em reação às declarações, Pezão pedirá uma interpelação judicial contra o ministro, o que na prática significa que ele terá que esclarecer, diante da Justiça, se confirma o que disse ao blogueiro.

+ Ministro diz que críticas à segurança do Rio tiveram reações 'normais'

Em entrevista à rádio "CBN", nesta quinta, Pezão disse: "Não acho que ele tenha mentido. Tenho profunda admiração por ele. Ele fala que isso [a acusação] se baseia na história da Polícia Militar. Não era uma afirmação do governo, era uma coisa pessoal dele", minimizou.

Em seguida, cobrou provas. "Mas não podemos viver de ilações e indícios, temos que esclarecer. Ele tem a Polícia Federal na mão, tem aparelhos de investigação com muito mais tecnologia do que o próprio Estado. Se ele tem essas informações, que apure. Queremos ver tudo esclarecido, a pratos limpos."

Jardim não foi o primeiro ministro a falar publicamente sobre a relação entre o crime e o poder público. Em julho, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse, também à CBN: "o Rio de Janeiro tem um problema que é a criminalidade, mas tem um outro, que é aquela parte do poder público que foi capturada pelo crime. O crime conseguiu se infiltrar nas diversas esferas governamentais do Rio. Isso existe nos outros estados; o Rio não é exceção. E não existe só nas forças policiais, é muito mais amplo."

Suspeita-se que haja casos de corrupção na PM do Rio. Apenas até julho deste ano, por exemplo, a Auditoria da Justiça Militar do Rio abriu 149 processos contra policiais e bombeiros militares por suspeitas de crimes como corrupção, extorsão e roubo. No final de junho, policiais de um batalhão em São Gonçalo, na região metropolitana, foram presos sob suspeita de integrar quadrilha de venda de armas e prestação de serviço de segurança para traficantes.

Na entrevista à "CBN", Pezão tampouco negou que haja corrupção na Polícia Militar do Rio, dizendo que sua administração pune agentes que têm desvio de conduta. Segundo ele, por "cortar na carne" crimes cometidos por policiais, chega a receber críticas pela "dureza [com que os pune]". O governador disse, ainda, que "nós nunca deixamos de punir o mau policial".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também disse, em Pistoia (Itália), acreditar que as declarações do ministro da Justiça sejam verdadeiras, mas acha que o ministro agiu de forma inadequada.

"Aquela entrevista [em que Torquato faz as acusações) talvez valesse depois de uma ação da polícia, com meses de investigação, pegando aqueles que estão boicotando as ações de segurança no Rio", declarou Maia à reportagem.

Em outra viagem internacional nesta semana, Maia já havia cobrado provas das afirmações do ministro.

Nesta quinta, em visita ao Monumento Votivo Militar Brasileiro, na Itália, o presidente da Câmara comentou novamente sobre a decisão de Torquato: "Essa investigação certamente vai dar resultado, mas vazar antes da hora talvez tenha atrapalhado".

Nos últimos anos, Maia tem ganhado força política e é um dos citados para concorrer à eleição ao governo do Estado do Rio de Janeiro no próximo ano.

Para o presidente da Câmara, ao pedir que Jardim se explique perante a Justiça, Jardim "está defendendo o direito dele, o que é legítimo". Com informações da Folhapress.

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