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A maior refinaria da Petrobras, a Refinaria de Paulínia (Replan), está com as operações paralisadas desde quarta-feira, após uma falha operacional obrigar a empresa a interromper o trabalho de todas as suas unidades de processo.
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Segundo informou a Petrobras em nota ao Estadão/Broadcast, a falha fez com que o sistema de proteção da refinaria provocasse a variação da chama da tocha, produzindo uma fumaça escura sobre as imediações da unidade, "sem danos às pessoas nem às instalações". A refinaria continuava parada nesta quinta-feira, 2.
A Replan, que fica a 118 km da capital paulista, tem capacidade para processar 415 mil barris diários de petróleo, ou 20% de todo o refino nacional. O petróleo usado é basicamente da Bacia de Campos. A unidade produz gasolina, diesel, gás liquefeito, óleo combustível, querosene de aviação e vários produtos usados pelo setor petroquímico.
O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro SP) marcou para hoje uma assembleia para discutir o acidente. A Replan ocupa uma área de cerca de 9 quilômetros, cujo entorno ficou tomado por espessa fumaça tóxica, segundo o diretor do Sindipetro SP, Arthur Ragusa. Ele informou que esta é a terceira vez que a Replan para em menos de um mês. Das outras duas vezes, a falha se deu por falta de energia elétrica e nada grave ocorreu. Desta vez, segundo Ragusa, a falha provocou a emissão de gases tóxicos na atmosfera.
Ragusa explicou que poderia ter havido uma explosão se a fumaça encontrasse no caminho um maçarico, por exemplo. O alarme, disse, demorou meia hora para ser acionado. Na Replan trabalham 2 mil pessoas, de acordo com o sindicato. No momento do acidente havia cerca de 1,6 mil empregados.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), agência do governo do Estado de São Paulo que controla e fiscaliza atividades geradoras de poluição, informou que a Replan só deve voltar a operar normalmente em cinco ou seis dias. A agência está avaliando se multa ou apenas adverte a estatal pelo acidente.