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O ex-presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, disse hoje (3) que “não fugiu” da Justiça espanhola e que quer ser candidato, “mesmo no exterior”, nas eleições autônomas catalãs convocadas para 21 de dezembro.
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“Estou disposto a ser candidato, mesmo no exterior”, afirmou o político catalão em entrevista à emissora de televisão pública francófona RTBF transmitida hoje à noite (horário local).
O ex-presidente catalão, que diz estar na Bélgica para preparar sua defesa, indica também no trecho antecipado pela emissora que espera que “as eleições de 21 de dezembro possam desenvolver-se da maneira mais normal possível”.
“Não é com um governo na prisão que essas eleições podem ser neutras, independentes, normais”, argumentou.
Após a declaração unilateral de independência realizada pelo parlamento regional catalão há uma semana, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou a implementação do Artigo 155 da Constituição espanhola para retornar à legalidade e, entre as medidas, convocou eleições autônomas na Catalunha para 21 de dezembro.
O parlamento regional catalão aprovou então essa declaração unilateral de independência em uma votação secreta, com o plenário esvaziado pela ausência da oposição, sem alcançar a maioria de dois terços exigidos pelo regulamento dessa câmara e com a opinião jurídica contrária dos letrados parlamentares.
“Não fugi, mas era impossível preparar bem a defesa”, disse também Puigdemont, que afirma que deseja comparecer perante os juízes, mas “perante a verdadeira justiça [da Bélgica], não perante a Justiça espanhola”, segundo outro trecho adiantando pela emissora.
O ex-presidente regional catalão assegurou, além disso, que o motivo do seu deslocamento à Bélgica é evitar uma onda de violência e garante que “a violência nunca foi uma opção para nós”. “O que queremos obter da Espanha é o reconhecimento, o respeito”, acrescentou.
Puigdemont concedeu a entrevista no mesmo dia em que a independentista Assembleia Nacional Catalã (ANC) convocou um protesto em frente à sede da Comissão Europeia em Bruxelas contra a prisão de ex-membros do governo catalão, na qual não se espera a presença do ex-presidente da Catalunha.
O protesto ocorre em apoio ao ex-vice-presidente regional, Oriol Junqueras, e dos ex-conselheiros presos ontem (2) pela Audiência Nacional, que os acusa de rebelião, insurreição e desvio de fundos públicos em relação com o processo independentista na Catalunha. Com informações da Agência Brasil.