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Além de ajudar na reconstrução do país, o Brasil é o maior fornecedor de tropas para a Missão de Paz das Nações Unidas (Minustah), que está no Haiti desde 2004. As tropas têm o objetivo de garantir a estabilidade e segurança do país. Os militares brasileiros trabalham também no desenvolvimento urbano com projetos de engenharia, como pavimentação de ruas e iluminação pública, além de projetos sociais.
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O governo brasileiro investe ainda em projetos de cooperação técnica, especialmente na área de saúde, com a construção de três hospitais, dois laboratórios regionais, um centro de reabilitação, além da formação profissional de 2 mil agentes de saúde, no valor de US$ 70 milhões. O Brasil assinou ainda um acordo para a construção de uma usina hidroelétrica projetada pelo Exército Brasileiro, que fornecerá eletricidade para mais de 1 milhão de famílias. A usina fica a 60 quilômetros da capital, Porto Príncipe.
Essas condições, informa a AI, expõem os desabrigados a numerosas doenças. Desde o surto de cólera de outubro de 2010, houve 8.531 mortes provocadas pela doença. Para 2014, o Ministério da Saúde haitiano prevê 45 mil novos casos.
Além de lidarem com a precariedade sanitária, os acampados convivem com a ameaça de remoção dos acampamentos. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 11% dos campos de desabrigados haviam sido fechados à força até setembro de 2013, enquanto 45% da população nessas áreas estavam sob risco de despejo.
Segundo a OIM, 113.595 famílias de desabrigados foram realocadas em abrigos temporários, enquanto mais de 54.758 conseguiram se cadastrar em programas de subsídios de aluguéis, recebendo cerca de US$ 500 para alugar uma moradia durante um ano e US$ 125 para iniciar atividades geradoras de renda.
A Anistia Internacional, no entanto, questiona a capacidade de os beneficiários desses programas conseguirem se manter no longo prazo. De acordo com a entidade, uma avaliação de doadores internacionais constatou que 60% das famílias que recebem complementação para o aluguel acreditavam que não teriam recursos para manter a qualidade de acomodação após o fim dos subsídios. Além disso, 75% das pessoas que se mudaram após o fim dos contratos estavam morando em condições piores.