©  REUTERS/Alexander Nemenov
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta quinta-feira (9) os Estados Unidos de criar o dossiê sobre "doping patrocinado pelo Estado" de atletas do país para tentar interferir nas eleições presidenciais, que ocorrerão em março de 2018.
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"Isso causa preocupação para mim. Os Jogos Olímpicos [de Inverno] vão começar em fevereiro enquanto nós teremos eleições em março. Há grandes suspeitas de que tudo isso está sendo feito para criar uma atmosfera para alguém que é fã de esportes e os atletas se sentirem descontentes com o fato do governo estar supostamente envolvido nisso e o culpe por isso", disse Putin em discurso. De acordo com o mandatário, "nunca houve, não há e espero que nunca exista um sistema de doping patrocinado pelo Estado, que é aquilo do que estamos sendo acusados".
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Putin ainda ameaçou dizendo que "os abusos do doping estão ocorrendo também em outros países" e que "nós estamos investigando e trabalhando sobre esses casos.
Em 2015, um grande escândalo de doping internacional foi revelado por uma emissora de TV da Alemanha e, após uma investigação foi confirmado pela Agência Mundial Antidoping (WADA).
Com uma investigação mais profunda, liderada pelo advogado canadense Richard McLaren, chegou-se a conclusão que milhares de atletas russos haviam usado o doping como uma prática sistemática de Estado. Por conta disso, os atletas foram impedidos de participar dos Jogos Olímpicos de Verão do Rio de Janeiro, em 2016, e dos Mundiais em diversas categorias.
Agora, segundo o jornal "The New York Times", o Comitê Olímpico Internacional (COI) estaria estudando punições aos russos também nos Jogos de Pyeongchang, no ano que vem. No entanto, a decisão oficial será anunciada só em dezembro.
Encontro com Trump:
As acusações contra os EUA ocorrem no momento em que há negociações para um encontro entre Putin e o presidente norte-americano, Donald Trump, nos próximos dias. Hoje, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, informou que o tempo e o formato da reunião às margens da reunião de alto nível da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), no Vietnã, devem ser aprovados "em breve".
"Não há ainda uma agenda fechada, mas é óbvio que será uma boa oportunidade para trocar opiniões sobre os temas mais importantes, sejam internacionais ou bilaterais. De qualquer maneira, os dois presidentes terão a possibilidade de se encontrar várias vezes às margens das reuniões da Apec - se acharem necessário", informou Peskov. (ANSA)