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A Polícia Militar prendeu, na noite desta segunda-feira (13), o suspeito de matar um feirante que protegeu a irmã, transexual, de uma briga em São Paulo. O suspeito, de 18 anos, foi indiciado pelo crime de homicídio, mas teve o pedido de prisão temporária solicitado pela Polícia Civil negado na Justiça.
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Petherson Roberto dos Santos Vicente, 24, morreu após ser agredido pelo suspeito com socos na cabeça, segundo testemunhas, no bairro Jardim São Luís (zona sul).
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O agressor estava foragido desde o dia do crime, ocorrido no dia 8 deste mês. Ele foi preso no mesmo bairro onde o assassinato aconteceu, segundo a PM. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, ele alegou em depoimento que apenas "deu um soco na vítima" durante a confusão.
No entanto, o relato da irmã transexual contradiz as alegações do suspeito. Ela afirmou no boletim de ocorrência que estava na rua Geraldo Fraga de Oliveira mexendo em seu celular quando o agressor chegou e ameaçou jogar uma bicicleta em cima dela. Petherson Vicente tentou defendê-la e teve início uma discussão.
Durante a confusão, Petherson deu um soco no suspeito e os dois começaram a brigar. Ainda segundo o relato do B.O, o feirante bateu a cabeça quando os dois caíram no chão e o assassino seguiu dando socos na cabeça da vítima, fugindo de bicicleta na sequência.
Uma ambulância foi chamada, mas Pheterson morreu no local. O delegado Luís Roberto Faria Hellmeister, do 92º DP (Parque Santo Antônio), que comanda as investigações, indiciou o jovem agressor pelo crime de homicídio e pediu a prisão dele, que foi indeferida pela Justiça.
A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça, mas até esta publicação, não conseguiu uma explicação do órgão sobre o caso. O suspeito foi posto em liberdade e o caso seguirá sendo investigado, informou a secretaria de segurança.
TRANSFOBIA
Apesar da vítima não ter sido a transexual, o ataque a ela é um exemplo da intolerância no Brasil. O país ocupa o primeiro lugar em homícidios de LGBTs na América. Só de transgêneros, foram 53 assassinatos registrados no primeiro quadrimestre de 2017, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período de 2016.
"Lembro muito bem quando a vi jogada no chão, com o cérebro para fora. Isso é muito comum na rua. Tenho cicatrizes por todo o corpo das facadas e das pauladas que levei. O medo de morrer me tirou da prostituição", disse em maio a transgênero Rubi de La Fuentes à reportagem, sobre uma amiga travesti. Com informações da Folhapress.