© Valter Campanato/Agência Brasil
A derrocada do preço internacional do petróleo levou o Rio a ser o Estado que mais perdeu espaço no PIB nacional em 2015, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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Segunda maior economia nacional, o Rio viu sua participação cair de 11,6% em 2014 para 11% em 2015 -a liderança é de São Paulo, com 32,4%.
A explicação, segundo o IBGE, é a dependência do Estado da receita com a indústria do petróleo, que sofreu com a queda de 25,2% no preço em reais da cotação do produto no mercado externo.
Em dólar, o barril do petróleo tipo Brent (referência para a Petrobras) valeu, em média, US$ 52,3 em 2015, ante US$ 99 no ano anterior.
A extração de petróleo e gás natural respondia por 14,3% da economia fluminense. Quase dois terços da extração de petróleo do país estavam concentrados no Rio em 2015.
Os problemas da indústria petroleira, também afetada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, têm sido apontados pelo governo do Rio como um dos fatores que levaram à queda da arrecadação do Estado -com atraso no pagamento a servidores e piora da qualidade do serviço público.
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O resultado desse declínio do Rio é que o Sudeste foi a única região do país que perdeu participação no PIB brasileiro de dois anos atrás, quando a economia do país teve uma contração de 3,5%.
A fatia da região caiu de 54,9% para 54%, a maior queda desde ao menos o início do atual levamento do IBGE, em 2002, quando o Sudeste representava 57,1% do total.
Em 2015, foi a primeira vez em que todos os Estados, mais o Distrito Federal, registraram queda no PIB.
"Esse resultado de queda de todas as unidades da Federação ainda não tinha sido visto, inclusive por nenhuma série já estimada pelo IBGE antes disso [2002, início da atual série histórica]. É um resultado inédito que afeta todos os Estados da Federação", afirmou Frederico Cunha, gerente do IBGE.
O Estado que teve o melhor desempenho em 2015 foi Mato Grosso do Sul, com queda de 0,3% no volume de seu PIB em 2015, em parte pelo bom ano da agropecuária local.
"Os Estados que tiveram melhor resultado foram bastante influenciados pela agropecuária. O que pesou negativamente foram a indústria de transformação, o comércio e a construção civil. Todas essas atividades tiveram quedas expressivas", afirmou Cunha, do IBGE. Com informações da Folhapress.