Del Nero inflacionou corrupção e tinha caderno de propinas, diz delator

Atual presidente da CBF foi citado em julgamento nos EUA

© REUTERS/Sergio Moraes

Esporte Caso 17/11/17 POR Notícias Ao Minuto

O atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero, é figura frequente nas delações de Alejandro Burazco, ex-executivo argentino da Torneos y Competencias, que presta depoimento durante a semana em Nova York, Estados Unidos, pelo caso Fifa. As informações são do UOL Esporte.

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Após acusações de pagamento de propina pela Rede Globo e sobre o valor cobrado pelo ex-presidente da instituição José Maria Marin, preso nos EUA, Burazco acusou Del Nero de possuir um caderno de recebimentos ilícitos.Ele afirmou ainda que o atual mandatário da Confederação Brasileira de Futebol teria inflacionado a corrupção:

"José Maria Marin me deu um abraço, mostrou sua gratidão e me fez um discurso. Marco Polo Del Nero tinha um caderno onde tinha anotados os subornos. Ele leu, confirmou e explicou para mim que iriam instruir o Eladio (Rodriguez, do financeiro da TyC) a começar a pagar os subornos a eles (Marin e Del Nero)", conta o delator, também preso. Se eu me lembro corretamente, Julio Grondona (então presidente da Associação Argentina de Futebol) disse que o Brasil era uma potência, e agora esses dois cavalheiros estavam ocupando a posição executiva, e teriam que dividir esse dinheiro. Então, US$ 600 mil – US$ 300 mil para cada – já não eram suficientes para refletir a importância do Brasil. Perguntaram se estávamos dispostos a aumentar os valores para US$ 900 mil. Concordei".

+ Fifa pedirá indenização caso propina da Globo pela Copa seja provada

Del Nero relatou que a forma de ação de Del Nero alterou os valores e a forma como os pagamentos eram feitos:

"No começo, os pagamentos iam para a conta da Conmebol, e o Nicolas Leoz [então presidente] ou mandava o dinheiro ou dava as instruções para mandarmos para onde dizia Teixeira (..). Em 2013, quando [Marin e Del Nero] começaram a receber os US$ 900 mil, o dinheiro não saía mais da conta da Conmebol, mas de empresas de fachada criadas para pagar os subornos. Com as restrições maiores no mercado financeiro e a corrupção aparecendo no futebol, ficou mais difícil dirigir esses pagamentos para localidades, digamos, exóticas, ou difíceis de alcançar. Depois de muita discussão, mudamos as instruções para tornar esses pagamentos possíveis", explicou Buzarco.

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