Lula diz que, se eleito, vai consultar população sobre reformas

A declaração foi feita em entrevista publicada pelo jornal francês "Le Monde" neste sábado (18)

© Ricardo Stuckert

Política Ao Le monde 18/11/17 POR Folhapress

Se eleito em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva promete fazer um referendo para consultar a população sobre reformas, como a trabalhista, aprovada por Michel Temer. A declaração foi feita em entrevista publicada pelo jornal francês "Le Monde" neste sábado (18).

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"Se eu vencer as eleições, farei um referendo para perguntar a população sobre sua opinião. E o assunto será debatido no Congresso", afirmou o ex-presidente ao diário.

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Questionado sobre a política de Temer, Lula diz que "isso não é política". "Ele não constrói nada. Esse governo reprisa 'O Exterminador do Futuro 1 e 2'. Ele destrói. Ele reduz o investimento em educação, aquilo que há de mais sagrado, em ciência e tecnologia, e se desfaz do patrimônio público", afirma.

O petista não confirma se sairá candidato no ano que vem. "Não é minha preocupação. A hora da verdade chegará e o PT decidirá", afirma ao jornal.

Mas criticou a preocupação do mercado financeiro com sua candidatura, vista como a de um populista na América Latina. "Essa preocupação dos mercados é ridícula e hipócrita. Os mercados não têm medo de Lula porque eles já viveram em um país governado por Lula e foi um dos melhores momentos para a economia", afirma.

"O que amedronta eles é que eu não vou deixar vender o patrimônio. Nós não vamos vender a Amazônia, não vamos vender a Petrobras, a Eletrobras ou os bancos públicos. E os mercados sabem que nós vamos privilegiar a produção à especulação", afirma o ex-presidente.

Para Lula, o Brasil não precisa de um Emmanuel Macron, presidente francês que foi eleito com discurso de mudar o sistema político. "Deixem Macron governar para ver o que acontece. É uma teoria que venceu as eleições na França. Vejamos a prática. E nos falemos novamente daqui a cinco anos."

Na entrevista, o petista diz não ser contra a Operação Lava Jato, mas sim contra os "excessos" e as "mentiras". "Toda política contra corrupção é bem-vinda. Mas o erro da operação Lava Jato foi politizar e midiatizar os debates, de se entregar à pirotecnia", afirma.

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