© Hannah Mckay/Reuters
A derrota de Milão para Amsterdã na disputa para sediar a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ameaça abrir uma crise diplomática entre Itália e Espanha.
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Fontes próximas às negociações informaram à ANSA que o ministro das Relações Exteriores do país ibérico, Alfonso Dastis, havia prometido apoio à candidatura da capital da Lombardia, mas depois votou em Amsterdã.
Após superarem as duas primeiras votações entre os 27 Estados-membros remanescentes na União Europeia, ambas as cidades empataram no terceiro sufrágio, fazendo com que a nova sede da EMA, atualmente situada em Londres, fosse decidida por sorteio, quando a Holanda saiu vitoriosa.
Segundo o governador da Lombardia, Roberto Maroni, o primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, ficou "muito irritado" com a decisão da Espanha de apoiar Amsterdã. Maroni, da legenda ultranacionalista Liga Norte, ainda insinuou que isso pode fazer sua região defender o processo de independência da Catalunha.
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Por outro lado, o chanceler espanhol reconheceu que chegou a negociar um apoio a Milão com a Itália, mas garantiu que nenhum acordo foi fechado. Além disso, fontes do Ministério das Relações Exteriores italiano afirmaram que não houve nenhuma crítica por parte de Roma contra Madri.
"As escolhas de cada país são, obviamente, legítimas", disseram. No entanto, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, embora ressaltando que não se deve "procurar culpados", declarou que "provavelmente" ocorreu uma traição da Espanha.
"Minha única consideração do ponto de vista político é que, no fim das contas, não existe essa ideia de Mediterrâneo. Não conseguimos obter o apoio de um bloco do Mediterrâneo, essa é a verdade", completou.
Mais de 10 cidades concorriam para sediar a EMA, que ganhará uma nova casa devido ao "Brexit", o processo de saída do Reino Unido da União Europeia. Já a Autoridade Bancária do bloco (EBA), também baseada em Londres, será transferida para Paris. (ANSA)