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Os relâmpagos podem produzir clarões de luz tão fortes que seus fótons (partículas de luz) têm energia suficiente para expulsar nêutrons e prótons de núcleos de átomos e fazê-los gerar antimatéria."Essa descoberta é importante porque permite revelar uma nova fonte de isótopos na atmosfera da Terra além das reações provocadas pelos raios cósmicos. Os mesmos processos podem ocorrer na atmosfera de outros planetas, tais como Júpiter ou Vénus, e podem mudar significativamente a sua composição isotópica", comenta o físico russo Leonid Babich.
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A natureza dos relâmpagos foi descoberta em 1749 por Benjamin Franklin. Ele revelou que um relâmpago é uma descarga elétrica ocorrida entre nuvens de tempestade e a superfície da Terra.
No início da década corrente, os cientistas russos revelaram que a origem de relâmpago é mais complicada. Segundo eles, os raios cósmicos são uma espécie de gatilho para as descargas elétricas. Além disso, de acordo com os dados do microssatélite Chibis-M, o relâmpago é uma estrutura a vários níveis, os chamados fractais, cujas microcélulas têm as mesmas caraterísticas físicas e estrutura que as de todo o relâmpago.
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Um grupo de cientistas japoneses da Universidade de Quioto sob direção de Teruaki Enoto descobriu mais uma caraterística extraordinária dos relâmpagos. A análise das deflagrações de radiação gama, provenientes dos relâmpagos nas camadas superiores da atmosfera, revelou que o nível mais alto dessas descargas se observa durante a aniquilação de antimatéria. Os cientistas ficaram surpreendidos: qual é a fonte da antimatéria perto dos relâmpagos? Ela é raramente encontrada até mesmo no espaço.
Segundo o estudo, a antimatéria é gerada por reações nucleares diretamente ligadas aos relâmpagos.
De acordo com os cientistas, os relâmpagos criam feixes de raios X e radiação gama cujos fótons têm energia suficiente para expulsar nêutrons ou prótons dos núcleos de átomos de azoto, oxigênio, carbono e outros elementos da atmosfera da Terra.
Como resultado, os átomos estáveis de azoto-14 e oxigênio-15 se transformam em átomos instáveis de azoto-13 e oxigênio-13, que quase imediatamente se transformam em carbono-13 e azoto-15, expulsando pares de neutrinos e pósitrons. Mais cedo ou mais tarde, os pósitrons colidem com elétrons, criando os feixes de radiação gama registrados pelos cientistas japoneses em fevereiro de 2017.
"Acreditávamos que a antimatéria é uma substancia muito rara e que existe em quantidades enormes apenas na ficção científica. Na verdade, ela aparece sobre as nossas cabeças quase todos os dias durante as tempestades", concluiu Enoto. Com informações do Sputnik Brasil.