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A família do ex-governador Anthony Garotinho divulgou nota neste sábado (25) em que repudia informações divulgadas pela Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) sobre o episódio em que o político teria sido agredido dentro de sua cela, na cadeia de Benfica, zona norte do Rio.
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A polêmica começou nesta sexta (24) quando Garotinho afirmou que um homem com um porrete invadiu sua cela durante a madrugada e lhe agrediu no joelho e no pé.
Inicialmente, a Seap decidiu não se pronunciar e aguardar o laudo do exame de corpo de delito. Agentes, contudo, sugeriram na imprensa que Garotinho teria se auto infligido ferimentos com o intuito de obter transferência para outro presídio.
No fim do dia, vazaram ao "RJTV", da Rede Globo, imagens da câmera de segurança da galeria onde está o ex-governador. O vídeo não mostra invasão, tampouco agressões. Mostra apenas Garotinho acionando os guardas e recebendo atendimento médico na madrugada.
A secretaria determinou a transferência de Garotinho para Bangu 8, na zona norte. Ele deixou a cadeia de Benfica, onde estão presos réus da Lava Jato, a maioria de desafetos políticos do ex-governador, como Sérgio Cabral e o presidente afastado da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Jorge Picciani (PMDB).
Nas três notas divulgadas à imprensa pela Seap na sexta-feira, a pasta não fala em punições ao ex-governador. Parte das reportagens sobre o caso, porém, afirma que a medida foi uma punição a Garotinho, que ficará agora em cela monitorada 24 horas.
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FAMÍLIA RECLAMA
Sua família reagiu às informações e atacou a secretaria, em nota. Disse que as imagens do circuito interno não podem servir como prova cabal de que o lugar não foi invadido.
Afirma ainda que a agressão pode não ter sido captada pelas câmeras de segurança e que a imagem vazada mostra somente uma parte do episódio.
"É possível afirmar categoricamente que nada aconteceu no intervalo de duas horas em que não houve filmagens até Garotinho ser visto chamando os guardas?", questiona.
A nota ataca também supostas regalias do grupo de Sérgio Cabral na prisão, que não seriam "flagradas por câmeras".
Também nesta sexta, uma batida do Ministério Público nas celas onde estão os presos da Lava Jato flagrou alimentos não permitidos, como camarão, queijos e presunto curado.
Na nota, Garotinho questiona porque as tais câmeras que vigiam a sua cela não flagraram as irregularidades na de Cabral.
"Cadê as imagens da entrada de alimentos como camarão e produtos importados entregues por fornecedores? Ou pior: onde estão as imagens do uso frequente de celular por políticos do grupo do Cabral que estão presos ali? Ninguém viu também. E em nenhuma dessas ocasiões vimos nenhum tipo de punição. Será que alguém do sistema prisional está sendo conivente com as regalias de Cabral e sua turma?", diz a nota.
Garotinho foi preso na quarta (22), no âmbito da Operação Chequinho, que investiga compra de votos por meio do programa social Cheque Cidadão. O político teve mandado de prisão expedido pela Justiça Eleitoral.
Ele foi enviado à mesma cadeia em que está Sérgio Cabral. Apesar de estarem em celas e galerias separadas, os dois dividem o mesmo andar do prédio. Com informações da Folhapress.