© Divulgação/Atlético-MG
Condenado a nove anos de prisão na Itália por violência sexual, o atacante brasileiro Robinho, do Atlético-MG, dificilmente será encarcerado, mesmo que o processo chegue à última instância, o que ainda pode demorar para ocorrer.
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Como a sentença foi dada em primeiro grau, pelo Tribunal de Milão, o jogador tem pelo menos mais duas possibilidades de recurso: a Corte de Apelação e a Corte de Cassação, última instância da Justiça italiana.
No entanto, a defesa de Robinho só poderá recorrer após a divulgação das motivações da sentença pelo Tribunal de Milão, que tem um prazo de 90 dias a partir do anúncio do veredicto, ou seja, até o dia 21 de fevereiro de 2018.
Depois dessa etapa, não há um prazo pré-determinado para o caso ser julgado em segunda instância e, posteriormente, na Corte de Cassação. Enquanto isso, Robinho permanecerá em liberdade - a Procuradoria da República em Milão chegou a pedir sua prisão provisória, mas a solicitação foi negada pelo Tribunal de Milão.
Se for condenado em última instância, o atacante do Galo também não deve ser preso, uma vez que a Constituição Federal não permite a extradição de um cidadão brasileiro nascido no país.
Contudo, se a Itália emitir uma ordem de captura internacional contra o jogador, ele não poderá viajar a nenhum Estado que tenha um tratado de extradição com o país europeu.
Dessa forma, Robinho não poderia colocar os pés em quase 70 nações do mundo, incluindo Alemanha, Argentina, Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Portugal, Peru, Reino Unido e Uruguai.
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O caso
Robinho foi condenado por "violência sexual em grupo" contra uma jovem albanesa em 22 de janeiro de 2013, quando ele atuava pelo Milan. A vítima, que na época tinha 22 anos, estava com duas amigas em uma boate com o atacante e cinco amigos dele.
Em determinado momento, segundo o relato da albanesa, suas amigas foram embora e Robinho levou a esposa para casa. Os réus teriam então oferecido bebida à vítima até "deixá-la inconsciente e incapaz de se opor".
Na reconstrução feita pela Procuradoria, Robinho e seus amigos levaram a jovem para o guarda-volumes da boate e, se aproveitando de seu estado, mantiveram "múltiplas e consecutivas relações sexuais com ela".
Dos cinco amigos do jogador, um também foi condenado a nove anos de cadeia, mas os outros quatro não foram rastreados pela Justiça da Itália. Robinho afirma que não teve "qualquer participação no episódio" e que "todas as providências legais já estão sendo tomadas". Com informações da Ansa.