© REUTERS/Francois Lenoir
O governo britânico concordou nesta segunda-feira (4) em garantir que as regras econômicas da Irlanda do Norte sigam as leis da União Europeia após a saída do país do bloco. A medida é necessária porque não há barreira física na fronteira entre a Irlanda do Norte (que faz parte do Reino Unido) e a República da Irlanda, que seguirá na União Europeia. Para que a situação permaneça dessa forma, é preciso que os dois lados mantenham regras semelhantes.
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Assim, segundo a imprensa internacional, Dublin e Londres concordaram nesta segunda em manter um "alinhamento regulatório" entre as Irlandas após o "brexit", como é chamada a saída britânica da União Europeia.
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Isso aconteceria mesmo caso as negociações entre Londres e Bruxelas por um acordo comercial fracassem. Mas não está claro ainda como ficariam as regras, já que a Irlanda segue as leis do mercado comum europeu, que o Reino Unido vai deixar.
A situação da fronteira irlandesa é um dos principais temas nas negociações entre o Reino Unido e a União Europeia em um acordo de separação. As desavenças entre os dois lados sobre a fronteira nas últimas semanas travaram as negociações, impedindo que Londres negocie com Bruxelas um acordo comercial para a saída.
Dublin já avisou que impediria qualquer negociação comercial enquanto a questão fronteiriça não fosse resolvida. O país também exigia uma garantia de que não haverá o retorno da chamada "fronteira dura", isso é, a criação de mecanismos físicos que dificultariam a passagem entre a Irlanda do Norte e a Irlanda. A primeira-ministra britânica Theresa May (foto) teria dado essa garantia na segunda também como parte do acordo.
O princípio de acordo fechado nesta segunda foi alvo de crítica do Partido Unionista Democrático, principal partido norte-irlandês e aliado de May. A líder da sigla, Arlene Foster, declarou que a Irlanda do Norte não pode ter uma regra diferente do resto do Reino Unido.
"A Irlanda do Norte deve deixar a União Europeia nos mesmos termos que o resto do Reino Unido" disse ela nesta segunda. "Nós não aceitaremos nenhuma forma de mudança regulatória que separe a Irlanda do Norte política ou economicamente do resto do Reino Unido. A unidade econômica e constitucional do Reino Unido não pode ser comprometida de nenhuma forma", disse ela.
Já a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse que caso a Irlanda do Norte tenha regras especiais após a saída, a Escócia vai reivindicar o mesmo tratamento. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, também disse que que vai pedir regras especiais para a cidade após o "brexit".
Tanto Londres quanto a Escócia querem permanecer no mercado europeu após o "brexit", mesmo que o resto do Reino Unido fique de fora.