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Autoridades de Honduras anunciaram, nesta segunda-feira (4), terem concluído a contagem dos votos das eleições presidenciais de 26 de novembro, mas não indicaram ainda o vencedor, apesar de o presidente Juan Orlando Hernández ter obtido a maior votação.
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"Acabamos de concluir a fase da contagem", declarou o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), David Matamoros, informando que Hernández obteve 42,98% dos votos, contra 41,39% recolhidos pelo seu adversário de esquerda, Salvador Nasralla.
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O TSE se furtou a anunciar oficialmente o vencedor destas eleições, alegando que resultado poderá demorar 22 dias, por causa de uma eventual apresentação de recursos.
"Fazemos um apelo a todos os candidatos e a todos os partidos para que tenham como prioridade Honduras", disse Matamoros, depois de as autoridades terem declarado na sexta-feira o estado de emergência, com recolher obrigatório, após várias manifestações iradas de apoiantes de Nasralla, um apresentador de televisão estreante na política.
Estes últimos acusam as autoridades de "fraude eleitoral" e de "roubo das eleições", cujos primeiros resultados parciais davam o candidato da Aliança da Oposição contra a Ditadura na dianteira da corrida contra o atual presidente.
Juan Orlando Hernández pôde se candidatar devido a uma controversa decisão do Supremo Tribunal, que ignorou a norma constante da Constituição hondurenha segundo a qual são proibidos dois mandatos consecutivos. "Fora JOH!", gritaram no domingo milhares de manifestantes, entre cânticos e um concerto de tachos e vuvuzelas.
"Não podemos mais, não queremos uma ditadura. Que as instituições internacionais abram os olhos para Honduras!", lançou um jovem manifestante, com o rosto escondido por um lenço. A partir de Washington, a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) e o Observatório da ONU para os Direitos Humanos nas Honduras (OACNUDH) incitaram, em comunicado conjunto, as autoridades hondurenhas a manterem-se "no cumprimento dos direitos humanos, respeitando a vida e a integridade física das pessoas".
Os dois organismos expressaram igualmente "profunda preocupação" perante "a perda de vidas humanas nas manifestações". Uma jovem de 19 anos foi morta a tiros na madrugada de sábado, durante confrontos entre apoiantes de Salvador Nasralla e policiais. A morte dela foi atribuída pela família a disparos da polícia e foi aberto um inquérito. Com informações da Lusa.