© Reuters / Ueslei Marcelino
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou as declarações dadas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nessa segunda-feira (5), à Folha de S. Paulo.
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Para ele, o momento foi inadequado, já que o governo tenta, nos últimos dias, unir esforços e juntar forças eleitorais em volta da reforma da Previdência.
"A entrevista foi em um momento inadequado. Para alguém que não é ator político natural, [a forma com que ele se posicionou] atrapalha", considerou Maia.
O presidente da Câmara ainda foi mais longe e afirmou que, na sua opinião, a "responsabilidade fiscal precisa estar separada da ideologia". "Sem reforma [da Previdência], qualquer candidato que prometer algo na eleição estará mentindo", afirmou.
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Ontem, entre outras declarações, Meirelles disse que o governo do presidente Michel Temer terá um candidato à Presidência, nas eleições do próximo ano, e que ele não será o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
Na avaliação do ministro, o nome deve ser o de alguém que defenda a atual política econômica por completo, diferentemente do tucano.
"Uma coisa é o apoio a determinadas reformas, outra é o apoio à política econômica atual, com todas as suas medidas e consequências. Não há, pelo menos até o momento, um comprometimento do PSDB em defesa dessa série de políticas e do legado de crescimento com compromisso de continuidade", expôs o ministro.
Já sobre ter o próprio nome na cabeça da chapa apoiada pelo governo, Meirelles disse que sua decisão só ocorrerá mais adiante. "A minha decisão será tomada no final de março". Ele ainda considerou que Rodrigo Maia (DEM-RJ), citado como outro possível candidato apoiado pelo Planalto, até mesmo compondo a chapa com o ministro, trata-se de "um quadro político excepcional".
No entanto, ao ser questionado sobre o voo solo do presidente da Câmara dos Deputados, destacou que "toda trajetória tem o momento certo e um dos segredos do sucesso na política é o momento adequado de tomar a decisão".
"Acho que o mundo não acaba em 2018, nem o país. Temos, principalmente para alguém tão jovem, uma trajetória de caminho aberto para posições importantes. Para alguém na posição dele, 2018 é um ponto na caminhada, não o final", afirmou.
Meirelles também fez considerações sobre Lula e Jair Bolsonaro, que aparecem como primeiro e segundo lugares, respectivamente, nas últimas pesquisas de intenção de voto.
"São duas posições extremas, de esquerda e de direita, têm teto de crescimento. A grande maioria da população ainda aguarda um candidato que não tenha posições extremadas e que vai refletir essa posição de comprometimento com o crescimento do país", pontuou.