© Adriano Machado/Reuters
Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, ironizou ao ser questionado sobre o porquê de não ter aplaudido o juiz Sérgio Moro, durante premiação, na noite da última terça-feira (5), em São Paulo.
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“Como, se não levantei para aplaudir Juliana Paes?”, disse o ministro.
Moro, responsável pela operação Lava Jato em primeira instância, foi o grande homenageado do prêmio Brasileiros do Ano, promovido pela revista IstoÉ.
Já Juliana Paes, que interpretou Bibi da novela "A Força do Querer", da TV Globo, venceu na categoria Televisão.
Políticos que foram alvo do magistrado, durante as investigações da força-tarefa, também estavam presentes, incluindo, além de Franco, o presidente da República, Michel Temer, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Eles chegaram a dividir o palco com Moro.
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No entanto, no momento em que o juiz foi chamado a receber o título de brasileiro de 2017, tanto Temer quanto seus aliados se recusaram a levantar para aplaudi-lo, segundo informações do portal Uol. Houve constrangimento entre os presentes.
Durante toda a noite de premiação, Moro evitou contato com políticos, ao contrário do que fez no ano passado, quando também participou da premiação e foi fotografado em uma conversa animada com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Meses depois, o mineiro seria um dos principais alvos da delação da JBS e teria até um pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República.
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o candidato ao governo de São Paulo em 2014 Paulo Skaf (PMDB), ambos citados na delação da Odebrecht, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e o apresentador Luciano Huck também estavam presentes.
"Eu diria que mais que uma questão de justiça, é questão de política de Estado. Eu queria dizer para o presidente Temer utilizar o seu poder para influenciar que esse precedente jurídico não seja alterado", disse Moro, durante seu discurso, ao defender que condenados na segunda instância possam ser presos.