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Em mais um golpe ao Reino Unido em suas tratativas para deixar a União Europeia, o negociador-chefe do bloco europeu disse aos países-membros nesta quinta-feira (7) que o governo britânico tem apenas 48 horas para oferecer uma solução à sua fronteira com a Irlanda.
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Michel Barnier afirmou que, caso a primeira-ministra britânica, Theresa May, não apresente um plano satisfatório para resolver o impasse, ela será informada de que as negociações para um acordo comercial com a UE não seguirão adiante por ora -um forte golpe ao governo britânico.
A questão em discussão é a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte. A Irlanda é um país europeu, membro do bloco. Já Irlanda do Norte, na mesma ilha, é um território britânico e deve deixar a União Europeia até o fim de março de 2019, seguindo o resto do Reino Unido.
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Quando o "brexit" tiver sido concluído, os 500 quilômetros que separam Irlanda e Irlanda do Norte serão a única fronteira terrestre entre União Europeia e Reino Unido. Em tese, os territórios deveriam criar controles de bens e de passaportes -mas essa é uma questão problemática ali.
Separatistas lutaram por três décadas pela independência da Irlanda do Norte e por sua união com a Irlanda, em confrontos que deixaram 3.600 mortes. O processo de paz de 1998 foi baseado nas garantias de que não haveria nenhuma fronteira entre os países, algo agora ameaçado.
Barnier, o negociador-chefe europeu, afirmou a embaixadores europeus que o Reino Unido tem trabalhado em uma proposta para resolver essa crise, segundo o jornal britânico "Guardian". Os contornos desse acordo precisam ser anunciados até o fim da semana para salvar as tratativas.
Um dos desafios da primeira-ministra conservadora, Theresa May, é satisfazer tanto o governo da Irlanda quanto o da Irlanda do Norte -ela é hoje aliada da sigla norte-irlandesa Partido Unionista Democrático.
SEM ACORDO
A possível recusa europeia em negociar um tratado comercial deve provocar um grave impacto na economia britânica. Um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Parlamento britânico prevê caos econômico caso o país deixe a União Europeia sem ter antes travado esse acordo.
"É difícil, se não impossível, imaginar um resultado pior para Reino Unido", afirma o texto. Legisladores sugerem que a crise poderia levar ao aumento de 20% no preço dos alimentos e à perda de 75 mil empregos, além da redução de R$ 44 bilhões na coleta de impostos.
Deixar a União Europeia sem ter um acordo comercial, segundo o estudo do Parlamento, a partir da entrevista com 50 analistas, também "interromperia a cooperação entre o Reino Unido e a União Europeia em temas vitais como contra-terrorismo, Justiça, segurança e aviação". Com informações da Folhapress.