'Dono' do PSG, Neymar sobe ao patamar de regalias de Messi e CR7

O status estelar de Neymar no PSG também se estende para fora das quatro linhas

© REUTERS / Michaela Rehle (Foto de arquivo) 

Esporte Ídolo 08/12/17 POR Folhapress

No mais alto nível do futebol atual, no qual organização, esforço coletivo e ocupação inteligente de espaços são cada vez mais importantes, qual jogador pode ter a regalia de uma "função livre" dentro de campo? Até pouco tempo atrás, talvez apenas Lionel Messi, no Barcelona, e Cristiano Ronaldo, no Real Madrid. Mas desde o início da temporada, esse seleto grupo tem mais um astro: Neymar, que chegou ao Paris Saint-Germain com status de protagonista e se transformou no "dono" do time no gramado.

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A mudança nas atuações de Neymar é visível e tem refletido também em suas exibições pela seleção brasileira. Não se preocupar com tarefas defensivas e ter liberdade total de movimentação, por exemplo, é algo para muito poucos; no Barcelona, com Messi absoluto nesse patamar, o brasileiro tinha que cumprir funções muito mais definidas. Agora, no PSG, é ele quem faz o que quer em campo, e os outros que se adequam ao seu redor.

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TOQUES NA BOLA

Em levantamento recentemente feito pelo jornal "L'Équipe", Neymar sobrou como o atacante que mais pega na bola no Campeonato Francês: são, em média, mais de 100 toques por partida. Para se ter uma ideia, o segundo colocado, Fekir, do Lyon, só toca 65 vezes na bola por jogo. É uma quantidade de toques que normalmente só um meio-campista de elite apresenta.

Esse número mostra bem uma das principais mudanças no papel do craque brasileiro em campo. Se no Barça ele tinha mais a responsabilidade de se manter bem aberto pela esquerda, abrindo a defesa adversária para que os meio-campistas trabalhassem e esperando mais a bola chegar ao seu setor, no PSG ele é o principal construtor de jogadas do time e tem passe livre para aparecer onde quiser no campo.

A posição de Neymar, ponta esquerda, teoricamente não mudou. Mas sua função em campo é totalmente diferente. É bem mais comum vê-lo no PSG recuando para buscar a bola da defesa e conduzindo desde trás, ou centralizando e aparecendo entre as linhas de marcação do adversário para dar o passe final das jogadas. Ele busca jogo e pede a bola o tempo todo, e quase sempre está no centro das ações ofensivas.

DEFESA

Outra mudança marcante é a liberdade que Neymar tem no PSG para não participar tanto do momento defensivo do time. No Barça, ele tinha a obrigação de recompor pelo lado esquerdo e proteger o lateral Jordi Alba, especialmente em jogos mais difíceis. Na derrota por 3 a 0 para a Juventus na Liga dos Campeões da temporada passada, por exemplo, ele ficou incomodado com a quantidade de tarefas defensivas que precisou cumprir contra o forte lado direito do time italiano, com Daniel Alves e Cuadrado.

Nada disso acontece no PSG. Na maior parte dos jogos do Campeonato Francês, o domínio é tão grande que a equipe está atacando na maior parte do tempo; mas mesmo em partidas mais duras, como nos jogos contra o Bayern de Munique na Liga dos Campeões, é notável o quanto Neymar participa pouco quando o time se defende. Seus companheiros de frente, Cavani e principalmente Mbappé, retornam muito mais para ajudar os meio-campistas.

BOLAS PARADAS

A famosa rixa com Edinson Cavani pelo posto de cobrador oficial de pênaltis e faltas no início da temporada deu o tom do novo patamar de Neymar no Paris Saint-Germain: ele havia chegado para ser a estrela do time e, com isso, teria o privilégio de desbancar o uruguaio nas bolas paradas. Atualmente, quase todos os escanteios e faltas já são automaticamente batidos pelo brasileiro, e, apesar de deixar alguns pênaltis para Cavani, ele é o cobrador número 1.

REGALIAS

O status estelar de Neymar no PSG também se estende para fora das quatro linhas. Ele já recebeu permissão especial do clube para viajar ao Brasil dias antes de um jogo da seleção, além de ter levado seus preparadores físicos pessoais, Rafael Martini e Ricardo Rosa, à França. O jornal "Le Parisien" também publicou que há uma orientação no clube para que os jogadores "peguem leve" com o camisa 10 nos treinamentos, para evitar lesionar o jogador mais caro do mundo. Com informações da Folhapress. 

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