Especialistas revelam como economia mundial será abalada em 2018

De acordo com a previsão do Saxo Bank, o enfraquecimento na independência do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) marcará o ano que vem

© Reuters / Paulo Whitaker

Economia mercados 08/12/17 POR Notícias Ao Minuto

Em 2018, a economia mundial será abalada por uma onda de impactos, tais como enfraquecimento na independência e controle dos bancos centrais norte-americanos e japoneses, queda do índice S&P 500, tensões políticas na União Europeia e perda de interesse na moeda virtual bitcoin pelos seus investidores.

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Isso é o que prevê o banco Saxo Bank no relatório anual "Previsões chocantes".

Neste artigo, a Sputnik analisará as principais tendências prognosticadas por economistas. 

Adeus, independência!

De acordo com a previsão do Saxo Bank, o enfraquecimento na independência do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) marcará o ano que vem.

 Apontando a correlação entre independência do FED e a vida política dos EUA, economistas preveem que em 2018 ela "vá ser enfraquecida já que Washington planeja limitar o rendimento público diante do provável colapso do mercado de ações".  

A situação sé agravará devido à ausência de disciplina orçamentária e a um grande déficit orçamentário (por conta da redução de impostos pelos republicanos), que piorará junto com a resseção nos EUA.

"O FED será atacado por dois lados: economia fraca e taxas de juros elevados [ou seja, inflação]. Sendo assim, o FED não terá nada para contrapor à política monetária do governo", acreditam especialistas. No fim das contas, o sistema será acusado de todas as falhas quanto à economia e do colapso no mercado de capitais.

O mesmo acontecerá no Japão, afirmam analistas. "A política do Banco do Japão quanto ao controle da curva de juros depende das taxas internacionais flexíveis e do rendimento baixo; em 2018, será pouco produtivo apostar neles", explicam especialistas.

Para eles, enquanto a taxa de inflação crescer, os rendimentos aumentarão, levando, assim, à debilidade do iene. 

Ano de petroyuanes

Analistas do Saxo Bank mostram situação com o petróleo da China, sendo este país o maior importador da matéria-prima. Em meio à grande procura, a Bolsa de Energia Internacional de Xangai afirmou estar se preparando para iniciar negociações utilizando contratos futuros petrolíferos em yuan – moeda nacional.

 Por enquanto, no mercado mundial de contratos futuros petrolíferos são negociados dois contratos padrões – BRENT e WTI, ambos em dólar. 

"Em 2018, a Bolsa de Energia Internacional de Xangai iniciará negociações utilizando contratos futuros petrolíferos em yuan, e este passo causará grandes mudanças geopolíticas e financeiras", assinalaram especialistas.

Queda do índice S&P 500

Em 2017, mercados mundiais demonstraram uma grande volatilidade diante de vários eventos geopolíticos. Como resultado, ações de empresas que fazem parte do índice S&P 500 foram desvalorizadas em uns 25%.

 "Há um barril de pólvora à beira de explodir, e a desvalorização das ações do S&P 500 comprova assim como aconteceu em 1987", acreditam especialistas. 

Brigas internas na União Europeia

O Saxo Bank sugere que as tensões diplomáticas no Leste e Oeste Europeu vão se agravar devido aos problemas com expatriados, cotas para migrantes e valores democráticos. 

  "Áustria e o Grupo de Visegrád (aliança entre Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia) fazem de tudo para direcionar a União Europeia rumo à estimulação econômica e se proteger de migrantes. Eles conseguiram formar a coalizão de 13 países da União Europeia, inclusive a Itália e Eslovênia, que pode se tornar a minoria de bloqueio no Conselho Europeu. […] Pela primeira vez desde 1951, o centro de poder da Europa saiu da Europa Ocidental para Central e Oriental. Conflitos institucionais na UE influenciaram drasticamente nos mercados financeiros. […] No fim de 2017, o euro foi valorizado, mas no momento está rapidamente enfraquecendo e quase se igualando ao valor do dólar", lê-se na análise. 

Morte do bitcoin

Em 2017, um conjunto de países abriram seus mercados para criptomoedas. Contudo, tais países como a Rússia, tratam da questão com muito cuidado, enquanto a China proibiu o uso de moedas virtuais.

 De acordo com o Saxo Bank, a política da Rússia e China “matará” a criptomoeda mais popular do mundo. “O bitcoin continuará crescendo dramaticamente durante a maior parte de 2018, contudo, no fim das contas, a Rússia e China causarão a queda da moeda virtual com suas ações”, preveem eles. 

Analistas acreditam que, em 2018, o valor do bitcoin subirá para US$ 60 mil (R$ 169 mil), já que sua capitalização de mercado será mais de US$ 1 trilhão (R$ 3,2 trilhões).

"A Rússia e a China estão rapidamente saindo do jogo e até estão proibindo criptomoedas ilegais. A Rússia está se tornando um ator oficial no que se refere a criptomoedas para influenciar nos protocolos, e desloca o centro de atenção do bitcoin a fim de impedir a saída de capital do país", afirma a previsão. 

Como resultado, o valor do bitcoin em 2019 pode cair para 1.000 dólares (R$ 3,2 mil).

Renascimento da África do Sul

No ano que vem, seremos testemunhas do renascimento inesperado da África do Sul, o que levará a prosperidade política e econômica da região, acreditam especialistas.

"Em 2018, […] os processos democráticos serão lançados por toda a África Central. […] Novos líderes chegarão ao poder com promessas de em um ano realizar eleições livres e justas com a participação de observadores internacionais. Enquanto isso, a comunidade empresarial, percebendo a falta de possibilidade de um maior crescimento econômico dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, continua investindo na região que rapidamente está conquistando a liberdade", ressalta o relatório.

 Em 2018, o volume de investimentos estrangeiros diretos à República Democrática do Congo atingirá US$ 10 bilhões (R$ 32 bilhões), prognosticam analistas.

Enquanto isso, "a África do Sul demonstra os maiores ritmos de crescimento monetário do mundo e está virando o centro de atração para economias avançadas da região", expõe o Saxo Bank. Com informações do Sputnik Brasil.

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