© Reuters / Adriano Machado
Sem a aprovação da reforma da Previdência, poderá haver cortes de salários de servidores públicos nos próximos anos, afirmou o presidente Michel Temer nesta sexta-feira (8) em evento da Abinee (associação do setor eletroeletrônico), em São Paulo.
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"Se não fizemos agora, em 2019, 2020, teremos uma reforma previdenciária radical", disse, citando exemplos de outros países onde foi preciso cortar pensões e vencimentos de servidores públicos em "20%, 30%".
A expectativa é que a votação fique para a última semana antes do recesso parlamentar, entre os dias 18 e 19 de dezembro, disse o presidente.
"Suponho que até lá teremos os votos", disse ele, ao ser perguntado sobre a falta de apoio necessário para a aprovação.
Segundo ele, além do PMDB e PTB, o PPS também deverá fechar questão sobre o tema e, no PP, 90% dos parlamentares teriam se manifestado a favor da votação.
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O presidente disse não cogitar deixar a votação para o próximo ano.
Até quinta-feira (7), a contagem era de 270 votos a favor da reforma.
A meta do governo é conquistar os cerca de 40 votos necessários para a aprovação nas próximas semanas, com liberação de verbas e remanejamento de cargos.
Entre as medidas para agradar parlamentares -e que elevam os gastos públicos-, estão repasses aos Estados, a liberação recursos de emendas parlamentares ainda não executados, além dos projetos de renegociação de dívidas com o fisco.
O governo ainda estuda devolver cargos a deputados que haviam sido punidos por votar contra o governo nos últimos meses.
O presidente ainda aproveitou o evento com os empresários para pedir que estes ajudassem a pressionar parlamentares pela aprovação.
MP DA INFORMÁTICA
No evento, o presidente ainda assinou a MP que dá uma segunda chance para empresas que se beneficiaram da Lei de Informática e não conseguiram comprovar suas contrapartidas de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Pelo projeto, as empresas com pendências poderão fazer os aportes devidos e, um prazo de 48 meses -até agora, o prazo é de três meses, e a punição é a suspensão do benefício.
O projeto também aumenta o faturamento das empresas obrigadas a fazer os investimentos e determina que uma consultoria externa passe a fiscalizar os relatórios de pesquisa e desenvolvimento das companhias, segundo Humberto Barbato, presidente da Abinee.
Hoje, são 600 as empresas que se beneficiam os incentivos fiscais da Lei da Informática. A renúncia fiscal por ano é de R$ 5 bilhões. O valor anual a ser reinvestido seria de R$ 1,5 bilhão.
As empresas de informática deverão terminar este ano com uma alta de 8% de receita, que deverá terminar 2017 em R$ 22,896 bilhões. Em 2018, a projeção da entidade é que o faturamento cresça 6%. Com informações da Folhapress.