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Se uma em cada três mulheres no mundo sofre violência doméstica, a Alemanha não é exceção em relação a essa triste estatística. Em um dos países mais poderosos do mundo, uma mulher é morta a cada três dias pelo seu parceiro. E as vítimas que sobrevivem às agressões muitas vezes não conseguem encontrar vagas nos abrigos, que têm lugares limitados. Os dados, referentes ao ano de 2015, foram divulgados em reportagem da agência Deutsche Welle.
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"Quando dizemos esse número, todos pensam imediatamente que se trata de outro país. Mas, como em outras nações, a Alemanha também tem problemas de violência", explicou à reportagem da DW Bettina Metz, diretora-executiva do Comitê Nacional das Nações Unidas para as Mulheres, a organização de direitos da mulher da ONU na Alemanha.
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Para combater o feminicídio, o país lançou campanha baseada na hashtag #JedenDrittenTag - que em português significaria "A cada três dias", em alusão aos dados divulgados. A ideia, segundo a reportagem, é mobilizar as pessoas contra a violência global contra as mulheres.
Bettina Metz explicou na entrevista que isso é difundido em todas as culturas e setores da vida. "Estamos vendo isso agora na campanha #MeToo (#EuTambém). Há cada vez mais mulheres que dizem, 'sim, isso aconteceu comigo'. E é incrível a quantidade de outras pessoas com as quais isso também aconteceu e que elas não são as únicas a sofrerem isso", disse na entrevista a diretora-executiva do Comitê Nacional das Nações Unidas para as Mulheres.
Na Alemanha existiriam 350 abrigos femininos, mas as instituições vêm encontrando dificuldade de financiamentos, impossibilitando o pagamento de funcionários. Os espaços costumam receber verba para manutenção através de doações e subsídios fornecidos pela cidade ou comunidade para o acolhimento de mulheres violentadas. A ajuda, porém, não estaria sendo suficiente.
"Nós exigimos uma legislação a nível nacional para financiar totalmente os abrigos para mulheres. Os municípios estão fazendo o que podem, mas o governo federal deveria fazer mais", concluiu Mertz na reportagem.