'Computação é último recurso' de novo 'Jurassic World'

Diretor e roteirista prometem não abusar dos efeitos de computação gráfica, preferem bonecos mecanizados

© Divulgação

Cultura EFEITOS 10/12/17 POR Folhapress

Quando Steven Spielberg lançou "Jurassic Park", em 1993, abriu uma nova frente em efeitos especiais no cinema sem que os dinossauros estivessem em cena por mais do que 14 minutos em sua aventura. Criou tensão nos detalhes: na água que sacudia com os passos do T-Rex, por exemplo.

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Em "Jurassic World: Reino Ameaçado", quinta incursão da franquia, as feras pré-históricas estarão em cena por tempo bem mais generoso -cerca de 57 minutos.

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É o que dizem J.A. Bayona, diretor do novo longa, e Colin Trevorrow, realizador do filme anterior (de 2015) e roteirista/produtor desse novo episódio.

Pelo menos, ambos prometem não abusar dos efeitos de computação gráfica para se apoiarem mais em recursos de animatrônica (bonecos mecanizados), bem mais realistas.

"Permitem performances melhores dos atores. É diferente interagir com um objeto real", explica o diretor à Folha de S.Paulo. Trevorrow completa: "Computação é o último recurso, para quando os dinossauros estão correndo, algo assim", diz.

Os dois estiveram em São Paulo para apresentar, na CCXP, o trailer do novo filme, que chegará aos cinemas somente em junho de 2018. O californiano Trevorrow, que fez do filme de 2015 a quarta maior bilheteria de todos os tempos no mundo, é uma espécie de fiador do próximo longa, confiado às mãos do catalão Bayona (de "O Orfanato" e "O Impossível").

O cineasta europeu conta que, se no longa anterior o mote era a capacidade humana de recriar os dinossauros, em "Reino Perdido" o tema será o da "responsabilidade pelos dinossauros que foram criados".

A trama desse novo filme misturará dinossauros e lava. Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) terão de voltar à ilha dos dinos para salvá-los, já que o lugar está ameaçado por um vulcão em erupção. O primeiro é persuadido porque lá está Blue, velociraptor que ele criou.

"É sobre tomar partido em tempos convulsos", diz Bayona. "Deveríamos salvar os dinossauros ou deixar que a natureza os deixe extinguir?"

Para Trevorrow, "quem gosta de animais vai ficar com o coração na mão". "E a noção de moralidade nesse longa será mais sombria, com várias traições na história."

Por falar em moral, quem volta à franquia é Ian Malcolm, personagem de Jeff Goldblum que era o verdadeiro superego do filme de 1993, sempre apto a prever o caos.

"Ele se conecta à nostalgia do primeiro longa, que é um fator fundamental no sucesso da série", afirma Bayona, que recebeu a bênção de Spielberg para tocar suas feras. "Ele dá muitas ideias, mas nunca tenta empurrá-las."

Trevorrow diz que sua parceria criativa com Bayona fluiu como aquela entre Spielberg e George Lucas, "sem querer me comparar a eles."

O americano, contudo, saiu chamuscado de outra grande franquia, criada justamente por Lucas. Contratado para o nono episódio de "Star Wars", Trevorrow foi demitido pela Disney. Falou-se em diferenças criativas e até em um possível "temperamento indócil".

Ele se recusa a detalhar o imbróglio "A despeito daquilo [da demissão em "Star Wars"], o que posso dizer é que tive enorme liberdade criativa com os da franquia de 'Jurassic Park'." Com informações da Folhapress.

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