Atraso com reforma da Previdência pode custar 1,23% do PIB em 10 anos

O número considera apenas o sistema de aposentadoria dos trabalhadores privados, o RGPS

© DR

Economia cálculo 13/12/17 POR Folhapress

Deixar de votar a reforma da Previdência neste ano poderá inviabilizar a sua aprovação neste governo e aumentar o rombo das contas públicas em até 1,23 ponto percentual do PIB em dez anos, dizem analistas.

PUB

"O fracasso do governo em reunir os votos das suas bases já dá uma ideia de que a resistência é enorme. Em ano eleitoral, ela tende a subir", diz o cientista político Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da consultoria Eurasia.

+ Só liminar pode salvar Lula, analisam aliados e rivais

Segundo ele, só será possível aprovar a reforma se as pesquisas de opinião mostrarem que caiu a resistência da população. "Os deputados precisam estar convencidos de que não vão perder votos", afirma Garman.

O analista diz que, embora o governo tenha mudado sua estratégia de comunicação para ressaltar o fim dos privilégios, a nova mensagem ainda não se espalhou.

Não aprovar a reforma neste ano, porém, pode custar até 1,23 ponto percentual do PIB em dez anos, nos cálculos da equipe de macroeconomia do Credit Suisse.

O número considera apenas o sistema de aposentadoria dos trabalhadores privados, o RGPS. O banco não faz cálculos para o sistema dos funcionários públicos (RPPS) porque não há dados abertos suficientes para isso.

O custo do atraso é importante porque pode aumentar ainda mais a dívida pública, hoje em 74,5% do PIB.

O tamanho e a trajetória da dívida são indicadores levados em conta por credores e investidores na hora de definir o risco do país e os juros que serão cobrados.

Segundo o economista Leonardo Fonseca, do Credit Suisse, a nova proposta de reforma já reduz bastante a economia de recursos públicos em relação ao projeto inicial: em dez anos, ela economizaria R$ 399 bilhões; o primeiro projeto garantiria economia de R$ 921 bilhões.

A Secretaria da Previdência trabalha com números diferentes: R$ 800 bilhões na proposta inicial e, na nova, R$ 500 bilhões no RGPS e R$ 80 bilhões no RPPS.

"Independentemente da metodologia, o que importa é que a reforma precisa ser feita o quanto antes", diz o secretário Marcelo Caetano.

Ele afirma que não há mais pendências técnicas a resolver nas negociações com o Congresso. "Ficaram intocados os benefícios da população mais carente: BPC [benefício para os mais pobres], aposentadoria rural e 15 anos de contribuição mínima."

Segundo Caetano, os únicos obstáculos que impedem a aprovação da reforma neste ano são políticos. E esse é o principal risco, segundo o economista-chefe do Credit Suisse, Nilson Oliveira: "Todos os políticos com quem conversamos dizem que, quanto mais perto das eleições, mais difícil será votar".

Com isso, a economia de recursos passaria a valer apenas em 2020, elevando ainda mais as dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir até lá a meta fiscal e o teto de gastos públicos.

O secretário da Previdência diz que não trabalha com a hipótese de que a proposta não seja aprovada. "O próximo governo teria que fazer uma reforma ainda mais dura", afirma. Com informações da Folhapress. 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 22 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

fama Televisão Há 23 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

mundo Catástrofe Há 23 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia

fama Óbito Há 18 Horas

Detalhes sobre o funeral de Liam Payne são divulgados

fama Mortes Há 21 Horas

Todos os famosos que morreram em 2024 e alguns você nem lembrava

justica Desvio Há 23 Horas

Funcionário de empresa confessa desvio de R$ 500 mil para apostar no Jogo do Tigrinho

mundo Uganda Há 17 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

fama Maternidade Há 22 Horas

Nasce primeiro filho de atriz Margot Robbie, diz revista

fama Cantora Há 20 Horas

Rihanna diz que torcia pela seleção brasileira e era fã de Ronaldinho Gaúcho

mundo Estados Unidos Há 23 Horas

Trump sinaliza apoio à ideia de tirar flúor da água, se eleito presidente dos EUA