'Não quero ser candidato se for culpado', diz Lula

Julgamento do ex-presidente em 2ª instância foi marcado para 24 de janeiro

© Ricardo Stuckert / Divulgação

Política Expectativa 25/12/17 POR Folhapress

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não vai se esconder atrás de uma candidatura e que brigará "até as últimas consequências" para disputar o Palácio do Planalto em 2018.

PUB

O discurso do petista, durante reunião com as bancadas do PT na Câmara e no Senado, em Brasília, foi sua primeira reação pública à decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de marcar o julgamento do caso triplex para 24 de janeiro.

O petista afirmou ainda que não quer ser candidato se for culpado e que seria uma "leviandade" disputar a Presidência da República no ano que vem se houvesse "alguma prova" contra ele.

"Não quero ser candidato por ser candidato, não quero ser candidato se for culpado. Seria leviandade. Quero brigar para provar minha inocência. Eles que apresentem uma única prova de culpa contra mim", afirmou.

+ Temer cancela agenda e vai para SP passar por novo procedimento médico

"A única coisa que não quero é ser condenado [sendo] inocente. Por isso vou brigar até as últimas consequências. A tentativa é para evitar que o PT volte ao poder. No Brasil ainda estamos meio anestesiados", completou.

De cenho fechado, Lula aparentou apreensão na maior parte do encontro. Penteava o bigode com o indicador direito, habitual cacoete de quando está tenso, e não se concentrava totalmente nas palavras dos colegas de partido.

Durante o discurso, porém, adotou tom mais combativo e imprimiu em sua fala a estratégia de disputa política que será a bandeira de sua eventual campanha, pedindo que o PT "erga a cabeça" e enfrente os críticos e adversários.

A tese ecoada pelo ex-presidente é de que a Justiça quer acelerar o processo para que ele fique fora das eleições de 2018. Se Lula for condenado pelo TRF-4, ficará inelegível devido à Lei da Ficha Limpa. Ele pode, porém, se manter na disputa eleitoral por meio de recursos.

A data do julgamento surpreendeu o ex-presidente e aliados, que esperavam um agendamento para março, o que permitiria à defesa postergar a decisão com recursos até o prazo para a inscrição dos candidatos, em agosto de 2018.

Publicamente, porém, Lula preferiu dizer que não criticaria a "pressa" da Justiça, que sempre acusou de demorada.

"Não posso falar muito sobre a data. Sempre critiquei a Justiça morosa. Agora que eles apressaram, eu não vou criticar. Eu não faço um monte de coisa que eu queria. Se eu pudesse, marcaria a data para depois das eleições. Eles façam o que quiserem. Só quero que eles leiam o processo", disse.

Eleito novo líder da bancada do PT na Câmara durante o encontro, o deputado Paulo Pimenta (RS) classificou como "declaração de guerra" o fato de o tribunal ter marcado o julgamento para 24 de janeiro. Segundo ele, a data é uma "desfaçatez", pois é quando completa um ano do AVC de Marisa Letícia, mulher do ex-presidente, morta em fevereiro após o acidente vascular cerebral.

Ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, Eugênio Aragão fez um rápido discurso e disse que a rapidez com que o julgamento de Lula foi marcado na segunda instância mostra que o relator do caso, o juiz federal João Pedro Gebran Neto, "não está com boa intenção".

Diante de Lula, Aragão disse que os petistas precisam "manter a serenidade" e "expressar isso para a mídia". "Acredito que tem muita água para passar por debaixo dessa ponte", concluiu o ex-ministro.

TEMPO RECORDE

O processo de Lula tem tramitado em tempo recorde no TRF-4. Foram 42 dias entre a condenação e o início do andamento do recurso na segunda instância. Na média, o período é de 102 dias desde a conclusão do voto do relator até o julgamento. No caso do petista, este intervalo será de 52 dias.

Em nota, a defesa de Lula afirma que agora também precisa debater o caso "sob a perspectiva da violação da isonomia de tratamento, que é uma garantia fundamental de qualquer cidadão".

Uma eventual prisão do petista, em tese, pode acontecer após todos os recursos se esgotarem no Tribunal Regional Federal.

Lula foi condenado por Moro em julho deste ano a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex reformado pela OAS.

O ex-presidente é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, segundo procuradores, se referia à cessão pela OAS do apartamento, a reformas feitas pela construtora neste imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial.

A defesa nega que Lula tenha cometido crimes. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 23 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

fama Óbito Há 19 Horas

Detalhes sobre o funeral de Liam Payne são divulgados

fama Mortes Há 22 Horas

Todos os famosos que morreram em 2024 e alguns você nem lembrava

mundo Uganda Há 18 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

fama Maternidade Há 23 Horas

Nasce primeiro filho de atriz Margot Robbie, diz revista

fama Cantora Há 21 Horas

Rihanna diz que torcia pela seleção brasileira e era fã de Ronaldinho Gaúcho

esporte Bastidores Há 23 Horas

'A verdade, como o sol, sempre sairá', diz Marcelo após rescisão com Fluminense

fama Hobbies Há 18 Horas

Famosos que pularam de bungee jump e fizeram outras loucuras radicais!

fama Luto Há 16 Horas

Bailarina de Claudia Leitte teve parada cardíaca em ensaio

fama Polêmica Há 17 Horas

Sean Combs, o Diddy, completa 55 anos em meio a processos e denúncias sexuais