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Segundo o jornal espanhol El Mundo, o brasileiro não teria custado 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões), como anunciado pelo Barça. Mas 95 milhões de euros (cerca de R$ 300 milhões), em contratos ocultos e que hoje estão sendo investigados pela Justiça espanhola. O Santos já fala em acionar os tribunais para saber exatamente quanto foi pago pelo seu jogador e receber sua parte.
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O contrato secreto camuflaria o pagamento de comissões ocultas para a família do craque, alegando que o dinheiro iria supostamente para projetos sociais em favelas, no valor de mais 2 milhões de euros (cerca de R$ 6 milhões). No total, Neymar teria custado mais caro que Bale ou Cristiano Ronaldo.
Nesta segunda, o Barcelona negou que tenha pago o valor indicado pelo jornal e insistiu que o contrato vai ser mantido em sigilo. Mas o diário garante que o volume é o que os promotores de Barcelona estão avaliando, depois de abrir um inquérito para tentar descobrir para onde foi o restante do dinheiro e ter acesso aos documentos.
O caso começou no início do ano, quando um dos sócios do Barcelona entrou na Justiça para exigir esclarecimentos sobre a forma pela qual o clube comprou Neymar. Documentos da Justiça espanhola obtidos pela reportagem confirmam que os promotores suspeitam de "indícios de delitos" nos contratos entre Neymar, a empresa de seu pai e o presidente do Barcelona, Sandro Rosell.
Teoricamente, 40 milhões de euros (R$ 126 milhões) foram pagos à empresa do pai de Neymar e outros 17 milhões de euros (R$ 53 milhões) para o Santos. A Audiência Nacional Espanhola, porém, exigiu do Barça as cópias dos contratos e, nesta segunda, um dos jornais publicava o que seriam os termos desse acordo.
Nos contratos secretos estariam 8,5 milhões de euros (R$ 26 milhões) que iriam para o pai de Neymar e outros 10 milhões de euros (R$ 31,6 milhões). O Barcelona ainda teria pago 7,9 milhões por reservar eventuais promessas que surgissem no Santos e mais 9 milhões de euros por jogar um amistoso contra o clube.
Na conta ainda deveriam ser somadas comissões para a realização de projetos sociais nas favelas, num valor de 2,5 milhões de euros. Outros 2 milhões seriam usados para buscar novos craques no Brasil, além de 4 milhões de euros (cerca de R$ 12 milhões) para atrair investidores brasileiros. Desse valor, outros 5% de comissão ao pai de Neymar mais uma vez seriam adicionados.
Os valores citados pelo jornal a partir dos contratos secretos são próximos ao que o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, chegou a citar em 2013. No momento da contratação, ele disse que não teria como desembolsar "100 milhões de euros por Neymar". Nesta semana, quando a reportagem o questionou, o cartola apenas sorriu.
No Brasil, o Santos já avalia uma eventual denúncia contra a empresa de Neymar. Isso porque, pelo acordo, o clube teria direito a 50% dos direitos sobre o jogador. Quem também pode entrar na Justiça é o grupo Sondas, que teria direito a 40% do que foi pago ao craque. Na mira do clube estão o pai de Neymar, o presidente do Barcelona, Sandro Rosell e o empresário André Cury, que operou a transação.