© Ueslei Marcelino / Reuters
Muito antes de ser preso, acusado de omitir informações importantes aos investigadores da Lava Jato, durante acordo de delação premiada, o empresário Joesley Batista mantinha uma relação amigável com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes.
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De acordo com material publicado na edição desta semana da revista Veja, ambos mantiveram uma parceria comercial envolvendo o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro, em sociedade com o filho Francisco Schertel Mendes, de 34 anos.
Gilmar e Joesley, um dos donos do grupo J&F, responsável por distribuir propinas em valores bilionários com políticos de todo o Brasil, chegaram a se visitar, em Brasília e em São Paulo, em algumas oportunidades. Nesses encontros, compartilhavam certezas e incertezas jurídicas, e tocavam projetos comuns.
De 2016 a junho deste ano, a JBS, empresa pertencente ao grupo J&F, transferiu R$ 2,1 milhões para o IDP, em patrocínios que nem sempre foram públicos. Os valores de patrocínios de empresas iam parar, por vezes, na conta pessoal de Gilmar Mendes, conforme a revista.
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O ministro foi ouvido e confirmou ter conhecido Joesley, após procurá-lo a fim de pedir apoio para o IDP, mas afirmou que os encontros entre eles ocorreram poucas vezes, e sempre respeitando os limites éticos.
Joesley está preso, assim como o seu irmão, Wesley Batista, na sede da Polícia Federal de São Paulo.