© Agustin Marcarian / Reuters
O debate sobre o projeto de reforma da Previdência na Argentina, uma das que integram o pacote de ajustes da economia do governo Mauricio Macri, foi reiniciado nesta segunda-feira (18), após ter sido interrompido na semana passada, por conta de cenas de violência do lado de fora e bate-boca acalorado entre parlamentares do lado de dentro do Congresso.
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O clima para o início desta nova discussão não foi menos tenso. Desde o fim de semana, os principais sindicatos declararam uma greve de 24 horas, que começou ao meio-dia desta segunda, afetando o transporte público, o comércio e voos nacionais e internacionais. Os sindicatos estudam se continuam a greve por outras 24 horas, dependendo do que for resolvido hoje pelos parlamentares.
Pouco antes do início da sessão, marcada para as 14h, agrupações de militantes peronistas, estudantis e sindicatos começaram a se aproximar do edifício do Congresso, que desde a manhã já estava todo cercado por placas de metal.
Além da polícia, havia presença forte da Gendarmeria (polícia federal e de fronteiras). Os embates começaram por volta do meio-dia. Enquanto os manifestantes atiravam pedras e garrafas, as forças de segurança respondiam com balas de borracha. Alguns dos que protestavam estavam encapuzados. Segundo a polícia, dez oficiais saíram feridos.
Apesar de as cenas de violência terem sido fortes, no conjunto o impacto foi menor do que na semana passada. Uma das razões foi o fato de uma juíza da capital ter acolhido o pedido de um deputado kirchnerista de que os oficiais fossem impedidos de atuar na repressão com armas de fogo.
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REFORMA DE PENSÕES
Enquanto isso, do lado de dentro, os deputados da aliança governista Cambiemos alcançaram o quórum para instalar a discussão, junto a partidos aliados. Só depois disso, entraram no recinto os esquerdistas e os kirchneristas, que tentavam, com sua ausência, inviabilizar a sessão. Ao ver que não foi possível, se integraram a ela, mas afirmam que votarão contra a nova lei.
A reforma que o governo pretende é a do sistema como se calcula o reajuste de aposentadorias, pensões e o valor da "Assignação Universal Por Filho", uma espécie de "Bolsa Família" local, criada durante o kirchnerismo.
No total, 17 milhões de argentinos recebem atualmente esse benefício e seriam afetados pelo novo cálculo. Hoje, ele é feito por meio de um conjunto de índices, de modo semestral.
A proposta do governo é que seja baseado apenas na inflação, e que seja trimestral. Isso fará com que os ganhos desses beneficiados diminuam. O governo, porém, defende que a medida de redução do gasto social é necessária para que o país volte a crescer.
Enquanto a agitação nas ruas começava a se dissipar no fim da tarde, dentro do Congresso o debate se alongava e era esperado que entrasse pela madrugada. O objetivo do governo é obter a "meia-sanção", ou seja, a aprovação na Câmara, para que o projeto seja levado ao Senado, onde o kirchnerismo é maioria.
A aliança Cambiemos busca capitalizar o sucesso que teve nas urnas em 22 de outubro e aprovar as reformas o mais rápido possível. Com informações da Folhapress.