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Os três leilões de energia realizados nos últimos dias deverão gerar cerca de R$ 27 bilhões de investimentos.
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Ao todo, foram contratados 11 lotes de linhas de transmissão e subestações, além de 88 usinas geradoras de energia -principalmente térmicas movidas a gás natural, eólicas e solares.
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Os certames foram marcados por uma forte concorrência e pela presença de grandes grupos internacionais, o que gerou altos deságios -de 40,46%, no caso das transmissoras, de 54,6%, no primeiro leilão de geração, e de 38,7%, no segundo, realizado nesta quarta-feira (20).
Com os descontos, as fontes solar e eólica atingiram seus menores níveis de preço em leilões já feitos no país.
Uma das causas dos valores competitivos foi a maior diversificação do financiamento dos projetos. Grande parte dos vencedores teve acesso a crédito estrangeiro e recursos de fundos.
"Houve uma criatividade maior das empresas. Não se basearam só em financiamento de longo prazo do BNDES", disse Luiz Barroso, presidente da EPE (estatal responsável pelo planejamento do setor de energia no país).
Além disso, os próprios editais já traziam exigências para evitar novos casos de projetos não entregues dentro do prazo, o que pode ter afastado empreendedores menores. "O edital foi aprimorado para evitar problemas do passado", disse Igor Walter, diretor do Ministério de Minas e Energia.
Houve também o fator concorrência, principalmente no caso dos leilões de geração. Após quase dois anos sem contratação de novas usinas, as empresas acumulavam uma grande quantidade de projetos na gaveta.
A avaliação é que os certames deram algum alívio às companhias, mas não foram suficientes para desovar todo o estoque. No caso de usinas solares, foram contratados 20 empreendimentos, de um total de 574 cadastrados. No segundo leilão, em que venceram 63 projetos, haviam mais de mil inscritos.
"O importante é a sinalização de retomada dos investimentos, que passaram a uma curva positiva. Agora, a intensidade dessa retomada ainda não é certa", afirmou Elbia Gannoum, presidente-executiva da Abeeolica, que representa o setor.
O governo já planeja novos leilões em 2018. O primeiro ocorrerá em abril, para usinas geradoras. Até março deve ser conhecido o calendário completo, segundo Barroso, da EPE. Com informações da Folhapress.