© REUTERS/Jorge Adorno
A confusão no Maracanã durante a final da Copa Sul-Americana, entre Flamengo e Independiente, no último dia 13, foi usada pela Conmebol como argumento para defender a realização de finais em jogo único na Libertadores.
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"Fazendo uma final única poderíamos ter controle da segurança. Não haveria torcida local e torcida visitante, como aconteceu na final entre Flamengo e Independiente. Aquilo foi algo lamentável para o futebol. Quando há uma organização sem rivalidade fica mais fácil. Apenas por um milagre não houve uma tragédia", afirmou o diretor de competições da entidade, o argentino Gonzalo Belloso.
Em uma ação premeditada, cerca de 8.000 torcedores flamenguistas invadiram o estádio para assistir à decisão. Houve tumulto e conflitos com policiais antes e depois da partida. O clube brasileiro pode ser punido pela Conmebol. As sanções podem chegar até à exclusão do time da próxima Libertadores.
Para a confederação, a final da Libertadores em partida única é uma questão de tempo. Na última terça (19), dirigentes de federações se reuniram em Assunção e avançaram nas conversas para que isso aconteça em 2019. O presidente da entidade, Alejandro Domínguez, queria que a mudança ja começasse a valer no torneio de 2018.
"É muito provável que isso aconteça em 2019", completou Belloso.
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A Conmebol prometeu apresentar às federações nacionais e aos clubes estudos de impacto econômico para mostrar que a mudança será financeiramente positiva. A entidade usa todos os argumentos possíveis para provar que o fim da tradição de decidir o título em confrontos de ida e volta, que acontece desde a primeira edição do torneio, em 1960, será positivo.
Segundo o diretor, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Lima (Peru), Guaiaquil (Equador), Buenos Aires, Mar del Plata (Argentina), Santiago (Chile) e Montevidéu (Uruguai) manifestaram interesse em sediar a decisão. No entanto, após os incidentes do Maracanã, o Rio não deverá ser escolhido. É pouco provável até que uma cidade brasileira seja a primeira a receber o novo formato da decisão.
A inspiração indisfarçável é com a Liga dos Campeões da Europa, que desde a sua criação, em 1955, realiza a final em jogo único. O evento se tornou ainda maior com a mudança de nome da competição, em 1992 -antes o torneio se chamava "Copa da Europa".
A ideia é que a Conmebol transforme a final da Libertadores em um acontecimento esportivo que dure alguns dias.
"Há muitas coisas positivas. Temos pelo menos dez cidades na América do Sul em condições de sediar a final. Não apenas organizar a partida, mas que tenha uma semana de festas e que seja atrativo para as duas equipes, principalmente se for disputada no verão. Que a Conmebol realize seminários, que entregue os prêmios de melhor jogador da temporada É questão de tempo", finaliza o diretor de competições. (Folhapress)