Coordenador de Bolsonaro é acusado de agressão contra mulheres

Casos ocorreram em 2013 e 2016, contra irmã e ex-mulher de Julian Lemos, que chegou a ser preso em flagrante

© Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Política Aliados 22/12/17 POR Folhapress

Apresentado por Jair Bolsonaro (PSC-RJ) como seu coordenador político no Nordeste, o dirigente partidário Julian Lemos foi por três vezes alvo da Lei Maria da Penha, acusado de agressão pela irmã e pela ex-mulher. Os casos ocorreram em 2013 e 2016. Em um deles, o dirigente foi preso em flagrante.

PUB

Lemos é presidente na Paraíba do Patriota, partido ao qual Bolsonaro negocia filiação para se lançar à Presidência em 2018, e aparece em ao menos 20 ocasiões em fotos e vídeos com o pré-candidato.

Em um dos vídeos, Bolsonaro chama Lemos de "meu homem de confiança da Paraíba". Em outro, deseja bom final de ano aos paraibanos, em especial a Lemos, que identifica como o seu coordenador político no Nordeste.

Lemos se apresenta como consultor de segurança e diz ter conhecido Bolsonaro quando fez sua escolta em João Pessoa (PB). Os dois aparecem lado a lado na assinatura da pré-filiação de Bolsonaro ao Patriota.

+ Bolsonaro é um 'saco sem fundo', diz presidente do Patriota em áudio

Dos três inquéritos, dois foram arquivados após a ex-mulher, Ravena Coura, apresentar retratação às autoridades, dizendo ter "se exaltado nas palavras e falado além do ocorrido".

A primeira queixa ocorreu em 2013, ocasião em que ela relatou às autoridades ter sido agredida fisicamente e ameaçada por arma de fogo. Lemos foi preso em flagrante.

Em 2016, a ex-mulher fez nova representação. Segundo relato aos policiais, seu ex-companheiro "é uma pessoa muito violenta" e a ameaçou dizendo: "Vou acabar com você, você não passa de hoje".

Seis meses depois, em documento entregue à Justiça pelos advogados de Lemos, ela diz que tudo não passou de uma "desavença banal" e afirma que o ex-marido "é um homem íntegro, honesto, trabalhador e cumpridor de todas as obrigações".

Na audiência em que ela se apresentou pessoalmente ao juiz, a ex-mulher disse que já havia perdoado seu ex-companheiro, manifestando o desejo de desistir da acusação.

O terceiro inquérito foi aberto em 2016 por representação da irmã do dirigente e está em andamento. Em depoimento aos policiais, Kamila Lemos afirmou ter tentado "apaziguar" uma briga do irmão com a ex-mulher, quando passou a ser ofendida e agredida fisicamente, com "murros, empurrões", tendo sido arrastada pelo pescoço. Laudo do IML confirmou escoriações.

Quase um ano depois os advogados de Lemos apresentaram carta com retratação da irmã sob o argumento de que o caso já fora resolvido pelas partes. A Justiça quer, porém, ouvi-la em audiência, que ainda não ocorreu porque Kamila estaria morando na Argentina. Por lei, casos de violência física seguem tramitando, ainda que a vítima desista da queixa.

Versão dele

O dirigente partidário Julian Lemos negou todas as acusações, repetindo várias vezes que nunca agrediu a irmã ou a ex-mulher.

Segundo ele, as representações foram motivadas por momentos de "fragilidade emocional" das familiares.

"Ela não vai ser nem a primeira nem a última [a se retratar]. Ou você acha que toda Maria da Penha é aquilo ali que está escrito [na acusação]?" (...) Nunca agredi, nunca, nunca, nunca".

De acordo com o dirigente partidário – seu nome é Gulliem, mas ele prefere a simplificação "Julian"–, sua irmã já enviou a ele vídeo o isentando, mas ainda não conseguiu comparecer em juízo para se retratar pessoalmente porque está morando na Argentina.

"Eu sou inocente de fato e de direito. Ele [Bolsonaro] com certeza deve ter recebido a informação de que eu sou inocente. Sou uma pessoa muito simples. E, se for prejudicar ele, eu saio no outro dia."

Lemos afirmou defender a Lei Maria da Penha e ser contra qualquer tipo de violência doméstica. E que é "armamentista", mas só defende porte de armas para pessoas que estejam sob ameaça. Sua arma é legalizada e fica em casa, afirma.

A reportagem informou o teor da reportagem à assessoria de Bolsonaro, mas ele não quis se pronunciar.

A reportagem também não conseguiu contatar a irmã e a ex-mulher de Lemos.

Everson Coelho de Lima, um dos advogados responsáveis por entregar às autoridades as cartas de retratação das duas, afirma que elas mantêm a posição de não prosseguir com a representação. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Dinheiro Há 7 Horas

Entenda o que muda no salário mínimo, no abono do PIS e no BPC

mundo Estados Unidos Há 7 Horas

Momento em que menino de 8 anos salva colega que engasgava viraliza

fama Patrick Swayze Há 20 Horas

Atriz relembra cena de sexo com Patrick Swayze: "Ele estava bêbado"

brasil Tragédia Há 7 Horas

Vereador gravou vídeo na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira pouco antes de desabamento

fama Mal de parkinson Há 22 Horas

Famosos que sofrem da doença de Parkinson

fama Emergência Médica Há 8 Horas

Gusttavo Lima permanece internado e sem previsão de alta, diz assessoria

brasil Tragédia Há 7 Horas

Mãe de dono da aeronave que caiu em Gramado morreu em acidente com avião da família há 14 anos

tech Aplicativo Há 6 Horas

WhatsApp abandona celulares Android antigos no dia 1 de janeiro

fama Condenados Há 15 Horas

Famosos que estão na prisão (alguns em prisão perpétua)

justica Minas Gerais Há 6 Horas

Motociclista tenta fugir de blitz e leva paulada de policiais; vídeo