© Francois Lenoir/REUTERS
Um dia após os separatistas vencer as eleições regionais, o presidente destituído da Catalunha Carles Puigdemont afirmou nesta sexta-feira (22) que está disposto a fazer uma reunião no exterior sem pré-condições com o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy para existir um diálogo.
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"Estou disposto a encontrar-me em Bruxelas, ou em qualquer outro lugar da União Europeia (UE) que não seja o Estado espanhol, por razões óbvias, com o senhor Rajoy", disse Puigdemont em Bruxelas. Além disso, o líder catalão disse estar aberto a voltar para seu país de origem caso tenha garantia de que permaneceria chefe de um possível novo governo da Catalunha.
Em pronunciamento hoje, Rajoy disse que fará esforços para dialogar com o governo que será formado na Catalunha. No entanto, ele recusou o encontro com Puigdemont. "Com quem eu teria de me sentar é com quem ganhou as eleições, que é a senhora [Inés] Arrimada", disse ele, em referência à líder do partido Cidadãos, que saiu com mais votos e assentos no Parlamento.
O premier ainda enfatizou que a crise política e social que existe na Catalunha levará tempo para ser finalizada. "Essa reconciliação deve ser o primeiro trabalho de quem governar. Confio que na Catalunha se abra agora uma etapa baseada em diálogo e não no confronto e na unilateralidade", indicou Rajoy.
"Aos cidadãos da Catalunha, digo que farei um esforço para dialogar com o governo que sair na Catalunha, mas espero que abandonem as decisões unilaterais e não se coloquem acima da lei. Farei tudo que estiver às minhas mãos, mas não aceitarei que saltem a lei, a Constituição e o estatuto", acrescentou.
Puigdemont está vivendo em Bruxelas desde outubro, quando Rajoy ativou o artigo 155 da Constituição espanhola e destituiu o governo regional após um referendo considerado ilegal e da proclamação de independência da Catalunha. Desde então, muitos membros de seu gabinete foram presos enquanto aguardam uma investigação sobre a tentativa de independência, inclusive novas eleições foram marcadas.
As declarações acontecem um dia depois do bloco independentista conquistar a maioria absoluta nas eleições catalãs convocadas após a crise institucional sem precedentes. Os três partidos que defendem a independência, Junts per Catalunya, liderado por Puigdemont, a Esquerda Republicana (ERC), do ex-vice-presidente Oriel Junqueras, e a Candidatura de Unidade Popular (CUP), conquistaram 70 cadeiras do parlamento - duas a mais do que é necessário para garantir a maioria absoluta na casa de 135 lugares. Com informações da Ansa.