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Diante do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, na audiência de custódia que definiu a sua prisão domiciliar, Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro do MDB (antigo PMDB), disse ser um dos responsáveis pela apreensão dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento, na cidade de Salvador.
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O imóvel, de acordo com as investigações, era utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, que acabou preso. Enquanto o dinheiro seria oriundo de propina e caixa 2, para ser utilizado em campanhas do MDB.
"O senhor há de convir que hoje eu vivo uma batalhado com o governo. Foi por minha causa que foi apreendida, uma das causas de que foi apreendida, a maior quantidade de dinheiro vivo pela Polícia Federal já feita no Brasil", disse Funaro, ao defender sua prisão domiciliar, como mostrou o Jornal Nacional.
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Na ocasião, ele foi informado de que não havia tornozeleira eletrônica em Brasília e, para não permancecer na Penitenciária da Papuda, se comprometeu a providenciar, por conta própria, um sistema de câmeras na casa onde passará os próximos dois anos.
"As senhas das câmeras quem vão ter será o juízo e o Ministério Público Federal (MPF). Ou seja, o senhor a qualquer hora do dia vai poder entrar na câmera e falar: pede para o Lúcio aparecer na frente", prometeu o delator.
Ele ainda fez outro pedido especial: poder receber um amigo para jogar tênis com ele. "Como tem quadra de tênis na casa, eu deixei separado uma pessoa para jogar tênis comigo", justificou o delator, referindo a uma pessoa de Marcelo Andrade.
Funaro ficará em uma fazenda na cidade de Vargem Grande do Sul, no interior de São Paulo. Mas, o magistrado discordou. "Eu vou me opor só ao José Geraldo Costa e ao Marcelo Andrade, porque são só amigos. Por enquanto. Depois a gente inclui", decidiu Vallisney de Oliveira. "Amigos... Senão vai ficar uma festa na sua casa lá, muita gente", completou.
O operador aceitou, mas ainda tentou defender a ideia. "Não vai ficar [uma festa], até porque eu não vou deixar entrar tudo de uma vez."
De acordo com informações do portal G1, no entanto, na mesma audiência, o juiz concordou que o operador pode receber visitas de 15 pessoas.
Depois de dois anos em prisão domiciliar, Funaro passará mais dois em regime semiaberto, podendo sair durante o dia, e só então vai para o regime aberto.